Tributo ao Duque da Ribeira celebrou herói do Douro no coração do Porto

No passado dia 29 de março, a União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, em parceria com a associação DRAMAS, prestou uma sentida homenagem a Deocleciano Monteiro — o eterno “Duque da Ribeira” — assinalando o 123.º aniversário do nascimento desta emblemática figura portuense.

Nascido a 24 de março de 1902, o Duque da Ribeira foi muito mais do que um barqueiro: foi um herói do Rio Douro, conhecido pela coragem, dedicação e profundo conhecimento das águas que banham o Porto. A sua vida foi marcada por salvamentos, histórias de bravura e por um inesquecível espírito de entrega à comunidade. Faleceu em 1996, mas a sua memória continua viva na cidade que tanto amava.

A cerimónia contou com momentos de poesia evocativa, interpretada por Eduardo Roseira e Carlos Bessa, que deram voz à alma do Duque e à beleza do Douro. Também os Mareantes do Rio Douro marcaram presença, conferindo à homenagem um ambiente de tradição e respeito pelas gentes do rio.

Um dos momentos mais comoventes foi a recriação do percurso diário do Duque, guiada pelo seu sobrinho, Cândido Venceslau, que partilhou histórias e memórias de uma vida dedicada ao Douro. A presença do Presidente da Junta, Nuno Cruz, reforçou a importância deste tributo:
“Devemos manter e cultivar a história da nossa união de freguesias. Não podemos deixar que personalidades como o Duque da Ribeira sejam esquecidas.”

O legado do Duque é testemunhado por um impressionante livro de autógrafos, onde figuram assinaturas de personalidades como a Rainha Isabel II e vários Presidentes da República. A sua fama ultrapassou fronteiras, mas nunca se afastou das margens do Douro.

A praça junto ao pilar da Ponte Luís I, que hoje leva o seu nome, eterniza o homem que, durante décadas, foi o guardião do rio e das suas gentes. O tributo de 29 de março foi, acima de tudo, uma celebração da memória, da identidade e da alma do Porto.

Foto: DR