
“Surf&Rescue” arranca em Espinho para ensinar surfistas a salvar vidas
20/05/2025Mais de 40 surfistas participaram no arranque da edição de 2025 da iniciativa “Surf&Rescue”, que está de regresso às praias portuguesas com o objetivo de reforçar a ligação entre o surf e o socorro no mar. A iniciativa, que decorre ao longo da costa portuguesa, passou este fim de semana por Espinho, no distrito de Aveiro.
O projeto, promovido pela Associação de Escolas de Surf de Portugal (AESP) em parceria com o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), pretende capacitar surfistas com formação em Suporte Básico de Vida (SBV) e técnicas de salvamento, com e sem prancha, aproveitando o facto de estarem frequentemente presentes no mar.
João Guedes, um dos formadores do programa, destacou o papel fundamental que os surfistas podem ter em situações de emergência:
“Estamos na água o ano inteiro. Se já estamos dentro de água, a nossa ação pode ser mais imediata do que a do nadador-salvador”, explicou.
O formador, com décadas de experiência no mar, acredita que a vigilância balnear devia estender-se para além da época oficial, sobretudo num país com uma extensa costa e clima ameno como Portugal.
A formação prática, que decorreu sob o olhar atento do cão “Ruca”, uma figura habitual das ações e símbolo da iniciativa, inclui exercícios simulados no mar e técnicas de salvamento adaptadas à realidade dos surfistas.
Para Luís Monteiro, surfista profissional há mais de 20 anos, esta preparação pode fazer a diferença entre a vida e a morte:
“Já estive envolvido em vários salvamentos. Felizmente, consegui sempre tirar as vítimas com vida. Mas se isso não acontecer, saber o que fazer nos minutos seguintes é essencial.”
A edição de 2025 marca também o lançamento do “Surf&Rescue 2.0”, uma nova fase do projeto que vai permitir a certificação INEM em Suporte Básico de Vida com Desfibrilhadores Automáticos Externos (DAE) para quem já frequentou a formação inicial. Além disso, dez escolas de surf de norte a sul do país serão equipadas com DAE, reforçando a capacidade de resposta imediata.
O coordenador da iniciativa, Afonso Teixeira, reforça que a ação dos surfistas não termina ao tirar a vítima da água:
“Saber o que fazer nos minutos seguintes até à chegada do socorro diferenciado é determinante para o sucesso do salvamento.”
Depois de Espinho, a iniciativa segue para Aljezur, no distrito de Faro, no dia 30 de maio, prosseguindo com mais ações ao longo da costa portuguesa.
Foto: DR