
Presidente da Câmara do Porto critica estações de metrobus projetadas por Álvaro Siza Vieira
10/07/2024O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, criticou na segunda-feira as estações do metrobus na Marechal Gomes da Costa, projetadas pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira, afirmando que parecem “ter sido feitas pelo Obélix”. Durante a Assembleia Municipal do Porto, Moreira expressou sua insatisfação com o design das estações tanto na Avenida da Boavista quanto na Marechal Gomes da Costa.
“Há coisas que de facto não gosto. Se me perguntar se compreendo quer na Avenida da Boavista, quer na Marechal Gomes da Costa as estações que lá estão a ser feitas, eu não gosto. É a minha opinião, não percebo porque é que são feitas assim”, afirmou Rui Moreira.
O autarca, que respondia a críticas do eleito socialista Rui Lage sobre a primazia dada ao automóvel na Avenida da Boavista, defendeu que as estações do metrobus deveriam assemelhar-se às novas paragens de autocarro da cidade. “Olho para aqueles matacões, aqueles que me incomodam mais até têm uma assinatura de autor, que estão na Marechal Gomes da Costa, que, a meu ver, deviam ser costas com costas e coisas levezinhas, envidraçadas e não precisavam de ser coisas que parecem ter sido feitas pelo Obélix”, comparou.
Apesar das críticas, Rui Moreira elogiou algumas das opções do projeto do metrobus, como a largura dos passeios, a retirada de estacionamento à superfície, a colocação de árvores nos passeios e a criação de um “bosque com árvores” no local do Monumento ao Empresário. Ele também considerou “uma boa notícia” a manutenção da ciclovia entre o cruzamento da Marechal Gomes da Costa e o Castelo do Queijo.
Moreira destacou a importância da Avenida da Boavista e seu acesso à Via de Cintura Interna (VCI), o que, segundo ele, não permitiria reduzir a faixa de rodagem para apenas uma via. “Não estamos ainda nessa fase. Se o metrobus corresponder às expectativas de trânsito, talvez possamos ter um metro com capacidade maior”, observou.
O metrobus ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17 minutos) este ano. As obras da primeira fase começaram no final de janeiro de 2023, com estações previstas em Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império. Na extensão até Matosinhos, adicionam-se as estações Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).
Inicialmente, o projeto estava previsto apenas até à Praça do Império, mas o valor da adjudicação (25 milhões de euros) abaixo dos 66 milhões de euros permitiu a extensão do serviço até à Praça Cidade do Salvador, em Matosinhos. O investimento total, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pode chegar a 76 milhões de euros, com possíveis adicionais financiados pelo PRR, pelo Fundo Ambiental ou pelo Orçamento do Estado.
Foto: Peter Spark/Movephoto