Portugal ativou esta sexta-feira o mecanismo europeu contra os incêndios

Portugal ativou esta sexta-feira o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, solicitando o envio de quatro aviões Canadair para reforçar o combate aos incêndios que afetam várias regiões do país. O anúncio foi feito pelo comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mário Silvestre, que sublinhou a necessidade urgente de reforço da capacidade aérea face às condições meteorológicas adversas e à elevada carga operacional das últimas horas.

Antes deste pedido europeu, Portugal já tinha recorrido a acordos bilaterais. Marrocos disponibilizou dois Canadair, que permanecerão no país até segunda-feira, enquanto Espanha enviou meios aéreos que intervieram em Castelo de Vide e Chaves. Apesar destes apoios, as frentes de incêndio mais críticas, como a que se mantém ativa na região da Lousã, continuam a exigir grande mobilização de recursos.

O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, classificou a situação como “uma guerra” e afirmou que o essencial é “salvar vidas e salvar o país”. Recusou, para já, entrar em discussões sobre a suficiência dos meios disponíveis, defendendo que “este não é o momento para discutir se tínhamos mais ou menos recursos. É o momento de agir”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha há duas semanas apelado a prudência no recurso ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil, considerando que não se deve banalizar o seu acionamento para garantir eficácia futura. Na altura, Marcelo afirmou que a prioridade deveria ser “prevenir o que possa acontecer nas próximas semanas” e evitar recorrer “a meios extremos” antes do tempo.

O Mecanismo Europeu de Proteção Civil, criado em 2001, permite uma resposta coordenada da União Europeia e de países associados perante catástrofes naturais ou provocadas pelo homem. Através deste instrumento, os Estados-membros podem receber rapidamente meios especializados, como aeronaves de combate a incêndios, equipas médicas ou de busca e salvamento. Portugal já acionou este mecanismo em anos anteriores, sobretudo em períodos de elevado risco de incêndio, beneficiando da rápida mobilização internacional.

A chegada dos Canadair solicitados dependerá da disponibilidade dos países parceiros e das condições meteorológicas para operação segura. A Proteção Civil mantém todos os meios nacionais em prontidão máxima e não exclui a possibilidade de novos pedidos de apoio caso a situação se agrave.

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