
Greve dos trabalhadores da Portway com grande impacto no Aeroporto do Porto
28/08/2022A greve dos trabalhadores da Portway deverá levar ao cancelamento de 82 voos de e para Lisboa ao longo deste domingo, enquanto no Porto se registaram 12 cancelamentos até às 11h30, segundo o SINTAC.
Em declarações à Lusa no terceiro e último dia da paralisação de três dias dos trabalhadores da Portway, Pedro Figueiredo, dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), referiu que a adesão à greve se manteve este domingo em cerca de 90% nos aeroportos de Lisboa e do Porto.
Pedro Figueiredo precisou ainda que os dados de adesão reportados pelo sindicato têm em conta os trabalhadores “elegíveis”, ou seja, descontando “o mais de um terço” que ficou abrangido pelo despacho ministerial que definiu os serviços mínimos e aqueles que trabalham para a empresa através de empresas de trabalho temporário.
Segundo o mesmo responsável, ao longo do dia de este domingo, Lisboa registará um total de 82 voos cancelados. No Porto, as informações reunidas pelo sindicato, adiantou, dão conta de “12 voos cancelados e de uma divergência [para outro aeroporto]” até ao meio da manhã.
Perante estes dados, Pedro Figueiredo considera que a “greve foi um sucesso”, mas ressalvou que “os problemas laborais continuam”.
Neste contexto, afirmou que “o futuro deverá passar por novas formas de luta”.
O pré-aviso de greve dos trabalhadores da Portway, lançado pelo SINTAC, teve início às 00h00 de sexta-feira, 26 de agosto, e mantém-se até às 24h00 de domingo, 28 de agosto, existindo um despacho ministerial que definiu os serviços mínimos e que não permite que cerca de um terço dos trabalhadores – os de assistência a passageiros de mobilidade reduzida (MyWay) – possa fazer greve.
A greve de três dias, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira, visa contestar “a política de RH [recursos humanos] assumida ao longo dos últimos anos pela Portway, empresa detida pelo grupo Vinci, de confronto e desvalorização dos trabalhadores por via de consecutivos incumprimentos do Acordo de Empresa, confrontação disciplinar, ausência de atualizações salariais, deturpação das avaliações de desempenho que evitam as progressões salariais e má-fé nas negociações”, indicou o sindicato.