Fernando Madureira condenado a 3 anos e 9 meses de prisão no âmbito da Operação Pretoriano

Fernando Madureira condenado a 3 anos e 9 meses de prisão no âmbito da Operação Pretoriano

31/07/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

O ex-líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, conhecido como “Macaco”, foi esta quinta-feira condenado a três anos e nove meses de prisão efetiva, na sequência dos incidentes ocorridos durante a Assembleia Geral (AG) do FC Porto em novembro de 2023. A leitura do acórdão teve lugar no Tribunal Criminal de São João Novo, no Porto.

O tribunal deu como provado que existiu um “plano criminoso” para criar um ambiente de “intimidação e medo” durante a reunião magna do clube, com o objetivo de garantir a aprovação de alterações aos estatutos do FC Porto, de acordo com os interesses da direção liderada, na altura, por Jorge Nuno Pinto da Costa. Confrontos e agressões marcaram essa Assembleia, resultando num processo judicial com 12 arguidos.

A pena aplicada a Fernando Madureira é a única de caráter efetivo, refletindo o papel de liderança que assumiu na organização dos distúrbios. O arguido irá manter-se em prisão preventiva, enquanto aguarda eventuais desenvolvimentos do processo, nomeadamente a possibilidade de recurso, dado que a sentença ainda não transitou em julgado. Ficou igualmente proibido de entrar em recintos desportivos durante dois anos.

A sua esposa, Sandra Madureira, foi também condenada, mas a uma pena suspensa de dois anos e oito meses de prisão. Fica igualmente impedida de frequentar recintos desportivos por um período de seis meses.

Entre os restantes arguidos, todos receberam penas suspensas, com exceção de dois que foram absolvidos:

  • Vítor Catão: três anos e seis meses de pena suspensa
  • Hugo “Polaco” Carneiro: dois anos e nove meses de pena suspensa
  • Vítor “Aleixo”: dois anos e dez meses de pena suspensa
  • Fernando Saul e José Dias: absolvidos de todos os crimes

Durante o julgamento, o Ministério Público defendeu penas de prisão efetiva superiores a cinco anos para seis dos arguidos, incluindo Fernando e Sandra Madureira, por considerá-los mentores do plano de intimidação. A procuradora Susana Catarino sublinhou o impacto das ações na democracia interna do clube.

As defesas, por sua vez, pediram a absolvição, acusando o Ministério Público de falta de imparcialidade na investigação.

A Operação Pretoriano marca assim um dos episódios judiciais mais mediáticos ligados ao universo do futebol português, com implicações diretas na claque mais influente do FC Porto e no contexto político do clube.

Foto: DR