
Elevador da Glória: 16 mortos e 21 feridos. PJ confirma maioria das vítimas identificadas
04/09/2025O descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, ocorrido na quarta-feira ao final da tarde, já provocou 16 vítimas mortais e 21 feridos, seis dos quais em cuidados intensivos. A informação foi atualizada esta quinta-feira, em conferência de imprensa conjunta da Polícia Judiciária (PJ), do Serviço Nacional de Saúde (SNS), do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) e do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Ferroviários (GPIAAF).
Identificação das vítimas
O diretor nacional da PJ, Luís Neves, confirmou que a maioria das vítimas já foi identificada “através de métodos científicos”. Estão plenamente identificados dois cidadãos sul-coreanos, uma vítima suíça, havendo também forte probabilidade de estarem entre as vítimas um cidadão alemão, dois canadianos, um ucraniano e um norte-americano.
“Faltam identificar três vítimas, mas acreditamos que isso será conseguido no mais curto espaço de tempo”, afirmou Luís Neves. A PJ encontra-se a trabalhar em articulação com o Instituto Nacional de Medicina Legal e o Laboratório de Polícia Científica.
Vítimas hospitalizadas
Do lado da saúde, o diretor executivo do SNS, Álvaro Santos Oliveira, confirmou a entrada nos hospitais de 23 vítimas, das quais 13 feridos ligeiros e 10 feridos graves. Um dos feridos acabou por não resistir, aumentando o número de mortos para 16.
Atualmente, seis feridos permanecem em cuidados intensivos. Entre os feridos hospitalizados encontram-se três portugueses, um alemão, um sul-coreano, uma suíça, uma cabo-verdiana e uma marroquina.
“Foi uma resposta difícil, mas o SNS respondeu como era suposto, com a grande disponibilidade dos profissionais de saúde”, destacou Santos Oliveira.
Trabalho da Medicina Legal
O presidente do INML, Francisco Corte-Real Gonçalves, explicou que foi acionada a equipa de Desastres de Massa, reforçada por elementos de todo o país, o que permitiu que as autópsias começassem ainda durante a noite.
“No total, 37 profissionais do Instituto estiveram envolvidos num trabalho contínuo, aplicando protocolos internacionais de identificação científica, como impressões digitais, perfil genético e forma dentária”, afirmou.
O responsável acrescentou que “os corpos já identificados serão libertados” e que “os resultados das autópsias serão entregues ao Ministério Público”.
Investigação técnica
O diretor do GPIAAF, Nélson Rodrigues de Oliveira, destacou que a investigação em curso “tem como único objetivo apurar as causas e retirar ensinamentos para melhorar a segurança”, não cabendo à entidade a atribuição de responsabilidades criminais.
Apesar de a equipa contar com apenas “um investigador na área ferroviária”, Nélson Oliveira garantiu que serão mobilizados peritos externos, universidades e laboratórios.
O GPIAAF prevê publicar uma nota informativa esta sexta-feira ao final da tarde e um relatório preliminar no prazo de 45 dias, com as primeiras conclusões técnicas.
“Tudo faremos para que deste trágico acidente sejam retirados todos os ensinamentos de segurança necessários para evitar outros acidentes similares”, assegurou o diretor do gabinete.
Contexto
O acidente ocorreu pelas 18h04 de quarta-feira, quando uma quebra de cabo provocou o descarrilamento do Elevador da Glória, um dos ex-líbris da cidade, frequentemente sobrecarregado pela afluência turística.
A Carris já garantiu que as inspeções obrigatórias estavam em dia e “foram bem realizadas”. A Câmara de Lisboa decretou três dias de luto municipal.
(em atualização)