
Cessar-Fogo Entre Israel e Hamas Aprovado Após Meses de Negociações
15/01/2025Nesta quarta-feira, foi anunciado um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, informou uma autoridade dos Estados Unidos, conforme relatado por um jornalista do Axios e citado pela agência Reuters. O entendimento surge após meses de intensas negociações mediadas pelo Egito e pelo Qatar, com apoio da administração Biden e de representantes ligados ao próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O acordo foi finalizado pouco antes da posse do novo presidente, marcada para 20 de janeiro.
O cessar-fogo prevê, na primeira fase, a libertação de 33 reféns. Espera-se que três reféns sejam libertados a cada semana, numa progressão gradual. Este processo está a ser organizado em estreita cooperação com a Cruz Vermelha Internacional, tendo o presidente israelita, Isaac Herzog, se reunido com a presidente da organização, Mirjana Spoljaric, para discutir os próximos passos.
As tensões escalaram em outubro de 2023, quando tropas israelitas invadiram Gaza em resposta a um ataque surpresa do Hamas, realizado por terra, mar e ar. Este ataque foi o mais mortífero na história do conflito entre os dois povos, provocando milhares de mortes e resultando em mais de 200 reféns. O conflito não ficou restrito à Faixa de Gaza. No Líbano, o Hezbollah, movimento xiita pró-iraniano, juntou-se ao embate em apoio ao Hamas.
A campanha militar israelita em Gaza causou mais de 46 mil mortes, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, e deixou o território devastado, com centenas de milhares de pessoas vivendo em abrigos improvisados no rigoroso inverno.
O acordo de cessar-fogo também gerou divisões no governo de coligação liderado por Benjamin Netanyahu. O ministro da Segurança, Itamar Ben-Gvir, criticou a decisão, desafiando membros do governo a romperem a coligação, o que poderia levar Israel a uma crise política antes das eleições previstas para o próximo ano. Este cessar-fogo representa uma possibilidade de trégua num dos conflitos mais violentos da região, mas sua implementação e impacto serão acompanhados com atenção pela comunidade internacional.
Foto: Reuters