Porto. Assembleia Municipal aprova moções para reformular segunda fase do metrobus

Porto. Assembleia Municipal aprova moções para reformular segunda fase do metrobus

03/06/2025 0 Por Rmetropolitana

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, na noite de segunda-feira, diversas moções que visam a reformulação ou mesmo suspensão da segunda fase do projeto metrobus. A decisão, com o apoio da maioria dos deputados municipais, foi acolhida pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, que garantiu que o Executivo irá seguir a orientação aprovada.

“Formalizaremos de acordo com o que a Assembleia hoje decidir”, afirmou Rui Moreira durante a sessão potestativa solicitada pelo PSD, que teve como ponto único a discussão sobre uma “Avenida da Boavista Verde, Humanizada e Sustentável”.

As moções foram apresentadas por três forças políticas — PSD, movimento “Rui Moreira – Aqui Há Porto” e CDU — e visam reformular o traçado da segunda fase do metrobus, particularmente no troço entre o Liceu Garcia de Orta e o Castelo do Queijo. Rui Moreira explicou que a proposta da autarquia defende que o metrobus circule fora da faixa central da Avenida da Boavista, à semelhança do que acontece na Avenida Marechal Gomes da Costa.

“É uma zona com pouca procura, onde se pode reduzir a velocidade e onde queremos preservar a ciclovia existente”, sublinhou.

O presidente revelou ainda que a Metro do Porto aceitou as alterações propostas, após meses de insistência por parte da Câmara. As mudanças implicam um custo estimado de 210 mil euros.

No entanto, Moreira criticou a Metro do Porto por alegadamente ter induzido a população em erro sobre prazos e funcionamento da primeira fase do projeto: “Em abril disseram-nos que o primeiro veículo experimental iria circular em maio. Estamos em junho e nada aconteceu.”

Durante a sessão, várias vozes mostraram preocupação com o impacto da segunda fase do projeto sobre a atual ciclovia, considerada um bom exemplo de mobilidade suave. O PSD reforçou essa crítica, enquanto o PS acusou o partido de incoerência por anteriormente se ter abstido na votação da primeira fase.

Rui Sá (CDU) destacou que a extensão da linha até à rotunda da Anémona não constava dos planos iniciais e apareceu “para não sobrar dinheiro do PRR”, acusando a Metro e o Governo de desrespeitarem a cidade. Já Susana Constante Pereira (BE) lamentou que o debate sobre o impacto na ciclovia só esteja a acontecer agora, dois anos após o anúncio do projeto.

O PAN manteve a sua posição crítica face à eliminação de infraestruturas de mobilidade suave, relembrando o seu desacordo desde 2023.

Com a decisão da Assembleia, a segunda fase do metrobus entra agora numa nova fase de reavaliação, com promessas de maior diálogo e atenção à integração urbana e ambiental do projeto.

Foto: Metro do Porto