Sem abrigo encontram refúgio no Aeroporto do Porto há vários meses

Durante as horas silenciosas da noite, quando os últimos voos pousam e a agitação diurna cede ao silêncio, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, revela uma realidade pouco conhecida: abriga mais de uma centena de pessoas sem-teto, conforme reportado pelo Jornal de Notícias.

O aumento notável desse grupo no aeroporto do Porto, que em 2023 atingiu um recorde de passageiros, ultrapassando os 15 milhões, foi particularmente observado após a pandemia. De acordo com o jornal, em sua edição de 4 de fevereiro, funcionários do aeroporto e voluntários que prestam assistência a essas pessoas descrevem uma variedade de circunstâncias que as levam a essa situação de vulnerabilidade, incluindo desemprego, problemas de saúde mental, dependência de substâncias e a falta de uma rede de apoio familiar.

Entre os relatos do jornal, destaca-se a história de um homem de 37 anos, natural de Fafe, que após sair da prisão de Custoias, não conseguiu encontrar um novo rumo para sua vida. Outro relato marcante é o de uma ex-nadadora do Benfica, que agora enfrenta desafios de saúde e a falta de um lar estável, encontrando refúgio no aeroporto desde novembro.

No início de 2023, tornaram-se públicas várias histórias de indivíduos que encontraram no Aeroporto Francisco Sá Carneiro não apenas um abrigo, mas um refúgio forçado pelas circunstâncias da vida. Em dezembro de 2022, um casal, com idades entre os 43 e 45 anos, viu-se sem lar após a morte de um parente que os abrigava, levando-os a estabelecer residência temporária no aeroporto.

Outro relato marcante é o de uma mãe e seu filho que, desde junho de 2022, enfrentavam a dura realidade de chamar de lar a este espaço de trânsito, após serem ameaçados e despejados da residência onde moravam.