
PSD Gaia contra protocolo entre o Município e o F. C. Porto para utilização do Estádio Jorge Sampaio
22/08/2022Na reunião da Câmara de Gaia, esta segunda-feira, os dois vereadores do PSD votaram contra a renovação do protocolo entre o Município e o F. C. Porto, para a utilização do Estádio Jorge Sampaio, considerando que o valor mensal de 4500 euros a pagar pelos portistas é “desproporcional” aos encargos que o equipamento acarreta. Em maioria no executivo, o PS aprovou a proposta e o vice-presidente Patrocínio Azevedo considerou que “não sendo o protocolo ideal, é bom para o Município”.
Cancela Moura, do PSD, levantou muitas dúvidas. “Há uma série de despesas. Qual é o custo? A luz, a água, os seguros, um funcionário a tempo inteiro… Têm ideia de quanto é que isso custa?”, questionou, dirigindo-se à maioria socialista, na ideia de que a Autarquia, mesmo recebendo uma verba dos dragões, continuará a suportar parte dos encargos.
Na resposta, Guilherme Aguiar, vereador com o pelouro do Desporto, destacou a componente relativa às despesas com o relvado. Referiu que o F. C. Porto terá gasto “75 mil euros na colocação de um novo relvado” e que é responsável pela sua manutenção. A propósito, lembrou que no tempo da Gaianima, dos mandatos de Luís Filipe Menezes à frente da Câmara, esta empresa municipal despendia “cerca de 5000 euros por mês” na manutenção da relva.
“Quando o F. C. Porto deixar de utilizar o recinto, não vejo outra alternativa para o Município que não seja implodir o estádio”, comentou. Guilherme Aguiar anotou, ainda, que o Estádio Jorge Sampaio é utilizado pelas equipas de arbitragem da A. F. Porto e por duas equipas de atletismo, que usam a pista.
O vereador rejeitou a tese de Cancela Moura, quando o social-democrata disse ter sido necessário fazer obras para adaptar o estádio às equipas profissionais do F. C. Porto, nomeadamente à sua formação B. “Nos últimos três anos não foram feitas obras para beneficiar o F. C. Porto ou para adaptar o estádio aos campeonatos profissionais”, garantiu.
Também Patrocínio Azevedo, que substituiu esta segunda-feira o presidente Eduardo Vítor Rodrigues, teve o mesmo discurso, ao referir que as obras efetuadas tiveram a ver com as estruturas do estádio e não com o F. C. Porto. “Nos últimos cinco anos foram gastos cerca de 500 mil euros. Na sua construção, a obra foi mal feita. Herdamos o estádio em 2013. Não tinha caldeiras e chovia nos camarotes, por exemplo. A bancada não é impermeável e quando chove entra água nos balneários”, disse.
O vice-presidente declarou que “se o F. C. Porto saísse do Estádio Jorge Sampaio, os custos para a Autarquia seriam acrescidos”. Somando os 4500 euros mensais, mais a manutenção do relvado, tudo a cargo dos dragões, avançou que o Município “tem uma poupança de 10 mil euros por mês”.
Também anunciou que será celebrado um “protocolo entre o F. C. Porto e a comunidade escolar do concelho, que beneficiará sobretudo os jovens mais carenciados