
Viagem Medieval de Santa Maria da Feira bate recorde de participação com 857 candidaturas de voluntários
20/05/2024A Viagem Medieval em Santa Maria da Feira, neste ano alcançou um marco histórico, registando 857 candidaturas de voluntários, o maior número já visto em qualquer uma das 26 edições anteriores. Os voluntários, com idades entre 16 e 81 anos, vêm de diversas regiões, incluindo todo o norte, centro e Lisboa, assim como da Ilha da Madeira (Funchal) e do Brasil (São Paulo). Santa Maria da Feira os acolherá por 12 dias de experiências únicas, num evento que é referência nacional e internacional em recriações medievais.
O Presidente da Câmara Municipal, Amadeu Albergaria, destacou que esse feito “espelha o impacto cultural da Viagem Medieval e o forte sentido de pertença que inspira”, agradecendo e elogiando o espírito voluntário de todos os candidatos. “Juntos, não vamos apenas recriar a História de Portugal; vamos continuar a fazer história”, afirmou o autarca.
Os voluntários desempenham um papel crucial na Viagem Medieval, sendo a linha de frente no contato com o público e assumindo funções importantes em outras áreas menos visíveis, mas igualmente fundamentais para a construção e sucesso do evento.
Além disso, o número de candidatos a Guerreiros (figurantes) para participar no espetáculo diário cresceu exponencialmente em relação a 2023. Este ano, 206 homens e mulheres se candidataram a essas aventuras, buscando vivenciar a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria de maneira mais intensa.
Mais de 1.000 candidatos – entre voluntários e guerreiros – passarão por um processo de entrevista de seleção.
A Viagem Medieval, um marco do patrimônio de Santa Maria da Feira e de Portugal, retorna ao coração da cidade entre 31 de julho e 11 de agosto. Este ano, o evento recria o reinado de D. Duarte, reforçando a autenticidade e dimensão do evento, que envolve a comunidade, o associativismo e os visitantes em uma experiência rica e envolvente.
Enquadramento histórico da XXVII Viagem Medieval em Terra de Santa Maria
Apesar de não estar destinada a ele, D. Duarte foi aclamado rei de Portugal em 1433 após a morte de seu irmão Afonso e do pai, D. João I. Desde a tomada de Ceuta, o Infante assumira os assuntos do reino, conforme ordenado por seu pai, e sua ascensão ao trono representou uma continuidade na administração do reino.
Reinando por apenas cinco anos, D. Duarte deixou em testamento que sua esposa, D. Leonor de Aragão, seria a regente do reino enquanto o filho Afonso fosse menor. No entanto, devido ao fato de ser mulher e estrangeira, D. Leonor não foi bem recebida por grande parte da sociedade portuguesa. Os irmãos de D. Duarte, figuras marcantes da época, tomaram o controle do reino até que o sobrinho atingisse a maioridade. Esses Infantes, cada um à sua maneira, foram fundamentais na afirmação de Portugal no contexto dos reinos europeus e da Santa Sé, criando uma nova era para o país.
Foto: CM Santa Maria da Feira