ULS Gaia/Espinho rejeita perda de valências e garante cumprir requisitos de qualificação atual

ULS Gaia/Espinho rejeita perda de valências e garante cumprir requisitos de qualificação atual

21/11/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

A Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE) assegura cumprir “integralmente” todas as orientações necessárias para manter a sua atual qualificação e rejeita qualquer retirada de valências nas áreas de pediatria, neonatologia e obstetrícia, como previsto na proposta de revisão da Rede de Referenciação Hospitalar.

Num ofício enviado esta sexta-feira à Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, ao qual a Lusa teve acesso, o presidente do conselho de administração, Luís Matos, afirma que “não se afigura adequado retirar qualquer valência” à unidade e que a ULSGE já assumiu o compromisso de criar uma Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos.

O documento frisa que a ULSGE cumpre todos os critérios para se manter como unidade de nível IIB, salientando que a criação dos cuidados intermédios pediátricos foi integrada na estratégia assistencial e operacional. A administração destaca ainda garantias como a “adequação da resposta clínica”, a “melhoria contínua da qualidade dos cuidados” e o alinhamento com os padrões nacionais de referenciação.

A proposta nacional, atualmente em consulta pública, gerou fortes reações políticas em Vila Nova de Gaia. Tanto o presidente da Câmara, Luís Filipe Menezes (PSD/CDS-PP/IL), como o PS de Gaia, agora na oposição, manifestaram preocupação com a eventual perda de valências diferenciadas, temendo impactos negativos para milhares de utentes que poderiam ser forçados a deslocar-se ao Porto.

Na semana passada, Luís Matos já tinha procurado tranquilizar os profissionais da ULSGE, garantindo que o conselho de administração está a acompanhar de perto o processo e os seus potenciais impactos. Esta sexta-feira, reiterou estar “muito tranquilo”, admitindo que a proposta possa resultar “provavelmente de um lapso”.

Não faz sentido nenhum deixarmos de ser aquilo que somos hoje. Temos pediatria, neonatologia e obstetrícia de elevado nível e qualidade, bem como cirurgia pediátrica. Só nos falta um ponto: a unidade de cuidados intermédios pediátricos, que estará operacional em 2026”, afirmou.

O responsável rejeita qualquer “desclassificação” e assegura que “não vamos perder absolutamente nada”, sublinhando que as crianças desde Gaia até Santa Maria da Feira continuarão a encontrar na ULSGE “todos os cuidados necessários”.

A polémica também motivou reação do PS local que, no sábado, alertou para o “impacto negativo” de uma eventual perda de valências. No domingo, Menezes desafiou a ministra da Saúde a esclarecer rapidamente profissionais, autarcas e cidadãos sobre o futuro da ULSGE, pedindo que “tranquilize de imediato” a população e rejeitando qualquer “desvalorização” da unidade.

Foto: DR