Santa Casa garante que Hospital de S. João da Madeira não vai encerrar e continuará no SNS

Santa Casa garante que Hospital de S. João da Madeira não vai encerrar e continuará no SNS

04/10/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

Perante a contestação pública gerada pela anunciada passagem da gestão do Hospital de S. João da Madeira para a Santa Casa da Misericórdia local, a instituição veio esta sexta-feira prestar esclarecimentos, assegurando que a unidade não vai encerrar, continuará integrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e terá a sua capacidade reforçada.

Atualmente integrado na Unidade Local de Saúde (ULS) de Entre Douro e Vouga — que abrange também os hospitais de S. Sebastião (Santa Maria da Feira) e S. Miguel (Oliveira de Azeméis) — o futuro da unidade sanjoanense tem sido alvo de debates políticos, mobilização nas redes sociais e petições públicas contra a transição da gestão para uma entidade do setor social.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia, Francisco Nélson Pereira Lopes, assegura que a intenção é reforçar a resposta do hospital à população, com a introdução da cirurgia de internamento, inexistente até agora, e o alargamento das consultas externas, que passarão das atuais nove para catorze especialidades médicas.

O provedor esclarece ainda que a transferência dos serviços de Oncologia e Psiquiatria para o Hospital de S. Sebastião não está relacionada com a mudança de gestão, mas sim com decisões anteriores tomadas pela ULS.

Outra das mudanças anunciadas é a transformação do Serviço de Urgência Básica, que passará a funcionar 24 horas por dia, todos os dias, em articulação com a Linha SNS24, assumindo-se como uma referência regional para situações de menor gravidade. Estão também previstos serviços de imagiologia e análises clínicas na unidade.

Em relação aos trabalhadores da unidade hospitalar, a Misericórdia garante que ninguém será obrigado a sair e que será assegurado o direito de opção: os profissionais que desejem continuar a exercer funções no hospital sob gestão da Misericórdia manterão o vínculo público e os direitos adquiridos.

O acordo definitivo entre a Santa Casa e o SNS ainda não foi formalizado, estando dependente da definição das metas de produção contratadas e do modelo de financiamento. Só depois será assinado o protocolo final, que, segundo a instituição, será tornado público para total transparência.

Foto: DR