Rui Moreira defende centralidade da cultura na política do Porto e diz que candidaturas que a desvalorizem “têm os dias contados”

Rui Moreira defende centralidade da cultura na política do Porto e diz que candidaturas que a desvalorizem “têm os dias contados”

23/08/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, afirmou esta semana que acredita na continuidade da exigência dos portuenses em relação às políticas culturais da cidade e considerou que qualquer candidatura autárquica que desvalorize esta área “terá os seus dias contados”.

Durante a inauguração da sua última edição da Feira do Livro do Porto enquanto presidente da autarquia, Moreira evitou comentar os nomes apontados pelas várias candidaturas para assumir o pelouro da Cultura, mas garantiu que todas demonstram ter consciência da sua importância.

“Parece-me importante e acho que isso se deve, acima de tudo, à exigência dos portuenses. Hoje em dia, uma candidatura que dissesse que iria desvalorizar a cultura tinha os seus dias contados”, declarou.

Rui Moreira detém o pelouro da Cultura desde 2015, ano em que faleceu o então vereador Paulo Cunha e Silva, figura marcante da política cultural da cidade. O autarca recordou que, em 2013, quando tomou posse pela primeira vez, houve quem visse como “muito arriscada” a decisão de colocar a cultura como eixo central da governação municipal. Hoje, considera que essa aposta “ficou mais do que justificada”.

“A cultura é tudo numa cidade como o Porto, que é profundamente bairrista. Os portuenses têm um grande sentido de pertença, e a cultura expressa isso em todas as suas dimensões. Não pode ser só patrimonial — os Clérigos, a Sé… Tem de ser uma cultura viva, que fale ao presente”, defendeu, acrescentando que a experiência da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura mostrou como a cidade “estava sedenta de cultura”.

Sobre o futuro da Feira do Livro do Porto, Rui Moreira optou por não deixar recomendações ao próximo executivo. No entanto, sublinhou que a forte adesão do público demonstra o sucesso do modelo atual, criado em 2014, depois de divergências com a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) sobre os custos da iniciativa. Desde então, a organização do evento é da responsabilidade direta da Câmara Municipal.

As eleições autárquicas de 2025 vão contar com um leque alargado de candidatos à presidência da Câmara do Porto. Estão na corrida Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento independente), António Araújo (movimento independente), Alexandre Guilherme Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (Partido Liberal Social).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos pelo movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente. A oposição integra dois vereadores do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

Foto: Porto.PT