PS de Gondomar quer expulsar Carlos Brás por candidatura independente às autárquicas

PS de Gondomar quer expulsar Carlos Brás por candidatura independente às autárquicas

18/06/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

O PS de Gondomar anunciou esta terça-feira a intenção de propor à Comissão Nacional de Jurisdição a expulsão de Carlos Brás, ex-vereador e ex-deputado, que se apresenta como candidato independente à Câmara Municipal nas eleições autárquicas de 2025. Segundo o partido, a direção nacional já confirmou o pedido de demissão do militante.

Numa moção a que a Lusa teve acesso, o PS local considera “censurável” a conduta de Carlos Brás, por ter criado, integrado e promovido um movimento de cidadãos para concorrer contra a lista oficial do partido no concelho. Para os socialistas, esta atitude constitui uma falta grave aos estatutos do PS, punida com expulsão.

Em resposta, Carlos Brás classificou a deliberação como “extemporânea e inoportuna”, sublinhando que apresentou a demissão à direção nacional a 2 de junho, com confirmação da saída oficial a 3 de junho. Além disso, assegurou ter informado previamente os órgãos concelhios do partido.

O PS de Gondomar justifica a proposta de expulsão por entender que a atitude de Carlos Brás “atenta gravemente contra a integridade institucional, a confiança pública e a estratégia do partido”. O documento destaca ainda que Brás integrou a lista do PS nas eleições legislativas de maio, mas revelou posteriormente que não assumiria o cargo de deputado caso fosse eleito, o que o partido vê como uma grave violação do compromisso com os eleitores e uma falta de ética e democracia.

Os socialistas salientam que o comportamento do ex-militante revela desrespeito pelos eleitores e falta de honestidade com os membros do PS que trabalharam na campanha legislativa, sublinhando que tal atitude “não pode ser tolerada” nem justificada por um pedido de demissão que, segundo o partido, não foi formalmente apresentado às estruturas locais.

No início de junho, o presidente da distrital do PS do Porto manifestou surpresa com a candidatura independente de Carlos Brás.

Carlos Brás explicou a sua decisão num vídeo publicado na página “Por Gondomar 2025”, alegando que “acima dos partidos estão as pessoas” e que avançou para responder a apelos surgidos após a saída do ex-presidente da Câmara, Marco Martins (PS).

Marco Martins, que liderou a Câmara de Gondomar até fevereiro deste ano, deixou o cargo para assumir a presidência dos Transportes Metropolitanos do Porto. Desde então, Luís Filipe Araújo, antigo vice-presidente e atual candidato do PS, assumiu a presidência da autarquia. Em junho, Marco Martins demitiu-se da presidência da concelhia local, acusando o seu sucessor de “marginalizar pessoas, cortar com o passado e travar projetos”, afirmando ainda que se vive um “clima de medo” na Câmara.

Para as eleições autárquicas em Gondomar, que deverão decorrer entre setembro e outubro, já apresentaram candidaturas Luís Filipe Araújo (PS), Carlos Brás (independente), Maria Olinda (CDU), Manuela Carneiro (PAN) e Abel Gonçalves (ADN).

A Câmara de Gondomar tem atualmente 10 lugares, distribuídos entre seis do PS, um independente, dois do PSD e um da CDU.

Foto: DR