
Presidente da República veio ao Porto entregar a D. José Tolentino Mendonça o Grande Prémio Fundação Ilídio Pinho
19/12/2022D. José Tolentino Mendonça recebeu hoje, das mãos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Grande Prémio Fundação Ilídio Pinho, em cerimónia realizada no Salão Nobre da Câmara do Porto. Portugalidade e gratidão foram duas palavras que trespassaram em todos os discursos proferidos, perante centenas de convidados do meio político, académico e empresarial.
“Escolher um dos nossos melhores dos melhores não é missão despida de espinhos. Ela há um António Guterres, excecional símbolo da nossa projeção política no mundo; ele há um Álvaro Siza Vieira, excecional símbolo da nossa projeção cultural no mundo; ele há um José Tolentino de Mendonça, excecional símbolo da nossa projeção espiritual no mundo. Todos eles expoentes da portugalidade”, afirmou o Presidente da República.
E sobre a portugalidade, acrescentou, “dela nos disse tudo, ou quase tudo, D. José Tolentino naquele 10 de junho de 2020, nos Claustros dos Jerónimos. Como hoje, com a simplicidade profundíssima que nos transporta sempre ao essencial do que somos, porque somos, porque queremos ser, sem fim dos tempos”.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, “outros em nós descobrem, de premeio com os nossos defeitos, aquilo que de bom temos e dificuldade em descortinar. Nós, que, anonimamente, refazemos, todos os dias, a portugalidade; nós, que, mais do que as abstrações e as generalidades, fomos e somos, há quase nove séculos, a portugalidade”.
“Aqui estamos para agradecer [estava escrito] a José Tolentino de Mendonça o ser um dos melhores de todos nós. Este ano eleito um exemplo de portugalidade”, sublinhou o chefe de Estado, concluindo: “Outros há que sejam, como ele, exemplo de portugalidade? Há, não muitos tão completos, mas há. O prémio, pela primeira vez entregue, a José Tolentino de Mendonça é começar por onde faz sentido: olhar alto e longe. A ideia é um exemplo de Portugal e para Portugal. Homenagear José Tolentino de Mendonça é homenagear Portugal”.
Além do valor pecuniário do prémio (100 mil euros), o cardeal, nascido em Machico, na Ilha da Madeira, recebeu ainda uma medalha desenhada, propositadamente, para esta ocasião pelo consagrado arquiteto Álvaro Siza Vieira.
O presidente da Fundação Ilídio Pinho justificou esta atribuição, afirmando que “está bem entregue o primeiro grande prémio”. “Este é o primeiro de muitos que, todos os anos, vão distinguir quem ousar fazer a diferença”, garantiu Ilídio Pinho, sob a presença da comissária europeia responsável pela pasta Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, da vereação municipal, do presidente da Assembleia Municipal, do bispo do Porto, do mais recente galardoado com o prémio Pessoa e demais convidados.
Tolentino Mendonça, que além de cardeal é também poeta e ensaísta, torna-se, assim, o primeiro rosto do Prémio Ilídio Pinho, após decisão tomada pelo júri da iniciativa, composto pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, pelo presidente da Câmara Municipal de Vale de Cambra, José Alberto Pinheiro e Silva, e pelos reitores da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, da Universidade de Aveiro, Paulo Jorge Ferreira, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Emídio Gomes, e da Universidade Católica, Isabel Gil. A direção-executiva do prémio está a cargo de Carlos Magno.
Foto: CMP