Presidente da Câmara de Gaia exige esclarecimentos à ministra da Saúde sobre futuro da ULS Gaia/Espinho

Presidente da Câmara de Gaia exige esclarecimentos à ministra da Saúde sobre futuro da ULS Gaia/Espinho

17/11/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, lançou este domingo um firme apelo à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, solicitando esclarecimentos urgentes sobre os planos do Governo para a Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE). O autarca manifestou-se frontalmente contra qualquer cenário de desvalorização da estrutura, garantindo “dura oposição” a medidas que possam prejudicar os serviços de saúde prestados no concelho.

Numa publicação divulgada nas redes sociais, Menezes alertou que está em discussão pública “uma proposta de um grupo de trabalho do Ministério da Saúde que desvaloriza valências dos hospitais e centros hospitalares de Gaia, Santa Maria da Feira e Matosinhos”. O presidente gaiense pediu à ministra que se informe e tranquilize “autarcas, profissionais de saúde e cidadãos destes grandes concelhos”, reafirmando que uma eventual perda de competências na ULSGE seria “inaceitável e vergonhosa”.

O autarca recordou que, aquando da nomeação da nova administração da ULSGE, surgiram rumores – que diz continuar a não acreditar – sobre uma possível estratégia de desvalorização do serviço de saúde em Gaia. Ainda assim, Menezes exige uma resposta “vigorosa” por parte das autoridades competentes.

Para o presidente da Câmara, o caminho deve ser precisamente o oposto: valorizar o maior centro hospitalar a sul do Porto. Menezes defende mesmo que a ULSGE deveria ser transformada num centro universitário em parceria com a Universidade de Aveiro, sugerindo a criação da “Faculdade Porto Sul – Gaia, Feira, Aveiro”.

A polémica sobre o futuro da ULSGE tem também gerado críticas da oposição. No sábado, o PS de Gaia, agora fora do executivo municipal, divulgou um comunicado liderado por João Paulo Correia exigindo igualmente explicações ao Ministério da Saúde. Os socialistas alertam que, caso se confirme a intenção de retirar valências à ULSGE, “Vila Nova de Gaia perderá serviços diferenciados”, afetando milhares de utentes que seriam obrigados a deslocar-se ao Porto para consultas e tratamentos atualmente realizados no concelho.

O PS/Gaia sublinha ainda os custos adicionais, o aumento do tempo de deslocação e o risco de perda de qualidade de serviço, apontando para uma eventual “desclassificação a favor” de unidades hospitalares do Porto, como o Hospital de São João e o Santo António.

A discussão permanece aberta, enquanto autarcas, profissionais e utentes aguardam um esclarecimento oficial do Ministério da Saúde sobre o futuro da ULS Gaia/Espinho.

Foto: DR