Porto atinge mínimo histórico no desperdício de água

O Porto alcançou, em 2024, um novo recorde na redução do desperdício de água. Apenas 12,27% da água da rede pública não foi faturada, o valor mais baixo de sempre registado no município, superando o anterior recorde de 13,28% em 2023.

Graças a uma estratégia assente em tecnologia, monitorização constante e resposta rápida a avarias, a cidade conseguiu reduzir para metade, em apenas uma década, a percentagem de água desperdiçada. Em 2014, 21,4% da água não era faturada; hoje, esse valor está muito abaixo da média nacional, que rondava os 27% em 2023.

A redução acumulada significa que o Porto evitou desperdiçar mais de nove milhões de metros cúbicos de água ao longo dos últimos dez anos — o equivalente a cerca de quatro mil piscinas olímpicas.

O sucesso deve-se, em grande parte, ao trabalho da equipa especializada da empresa municipal Águas e Energia do Porto, que atua 24 horas por dia para detetar e resolver fugas com rapidez. Estas perdas, associadas a uma rede antiga de condutas, representam a principal fatia da água não faturada.

“A deteção precoce de fugas e a intervenção imediata são fundamentais para conter perdas”, destacou Filipe Araújo, presidente da empresa municipal e vice-presidente da Câmara do Porto.

Hoje, a rede de abastecimento da cidade é monitorizada em mais de 120 pontos — um avanço significativo face aos apenas oito existentes em 2006. A setorização da cidade tem sido outro fator decisivo, permitindo uma gestão mais eficiente da rede.

Além disso, o município tem apostado na substituição de contadores, na deteção de ligações clandestinas e no uso de inteligência artificial para otimizar a gestão da água, numa estratégia que continua a posicionar o Porto como exemplo nacional no combate ao desperdício de recursos hídricos.

Foto: DR

Notícia desenvolvida por: Matilde Cardoso