Pizarro define locais para 5 000 novas casas, mas enfrenta negociações com proprietários privados

O candidato socialista à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, apresentou um plano que prevê a construção de 5 000 novas habitações em várias zonas da cidade, mas parte dos terrenos identificados pertence ainda a privados, o que obriga a um processo de negociação complexo. O objetivo é responder à falta de habitação e garantir uma distribuição mais equilibrada da oferta dentro do concelho, aproveitando áreas com boas infraestruturas e transportes.

No entanto, a execução depende de convencer os atuais proprietários a vender ou a ceder os lotes. Muitos desses terrenos pertencem a famílias, empresas ou herdeiros que poderão exigir contrapartidas elevadas. O município admite recorrer a soluções como permutas, benefícios fiscais ou percentagens de construção, evitando, sempre que possível, processos de expropriação, que são politicamente sensíveis e juridicamente demorados.

Os críticos do plano alertam para a dificuldade de concretizar um projeto desta dimensão no tempo de uma legislatura e questionam se todas as zonas escolhidas estão preparadas para suportar a densificação urbana prevista. Há também receios quanto ao impacto no tráfego e nos serviços públicos locais.

Manuel Pizarro, contudo, mantém confiança no sucesso do programa e garante que as negociações começarão logo no início do mandato. A primeira fase da construção das 5 000 casas deverá arrancar nos próximos três a cinco anos, dependendo da conclusão dos acordos com os proprietários e da aprovação dos projetos de urbanização.

Foto: Manuel Pizarro