
Pedro Duarte sugere que candidato do Chega ainda se revê no PSD após acusação de plágio de campanha
07/10/2025Pedro Duarte, candidato da coligação PSD/CDS-PP/IL à Câmara do Porto, reagiu esta segunda-feira às críticas do candidato do Chega, Miguel Corte-Real, que o acusou de copiar as suas propostas na área da segurança. Com ironia, Pedro Duarte sugeriu que o seu adversário — ex-dirigente do PSD — poderá ainda identificar-se com o seu antigo partido.
“Tenho alguma dificuldade em comentar isso, tendo em conta a personalidade em causa, e ele talvez se identifique com as propostas do PSD ainda. E, portanto, eventualmente esteja a fazer alguma confusão”, afirmou, entre risos, durante uma arruada no Bom Sucesso, em Massarelos.
Miguel Corte-Real, que lidera agora a candidatura do Chega à autarquia, afirmou mais cedo que Pedro Duarte está a fazer uma campanha “exatamente igual” e “alinhada” com a do Chega no que toca à segurança na cidade. Corte-Real foi líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal do Porto, tendo-se demitido em maio de 2024 para avançar com a candidatura pelo partido de André Ventura.
Pedro Duarte desvalorizou as críticas, defendendo a originalidade e solidez do seu projeto político. “Estamos muito coerentes. O nosso plano e o nosso projeto para a cidade é inequívoco a todos os níveis. Temos ideias muito claras, depois de muito estudo, muita preparação, de ouvirmos muitas pessoas”, declarou, classificando a acusação como “irrelevante”.
Acompanhado pelo presidente do CDS-PP, Nuno Melo, Pedro Duarte aproveitou também para reforçar temas que considera centrais na sua campanha, como o rigor orçamental e a gestão dos fluxos migratórios. “Contas certas” e “rigor” foram palavras de ordem na comitiva da coligação “O Porto Somos Nós”.
O candidato social-democrata respondeu ainda às críticas de Manuel Pizarro, cabeça de lista do PS, que sugeriu que Pedro Duarte anda “pelo ChatGPT à procura de exemplos” para aplicar no Porto. Duarte ripostou com sarcasmo: “Se esse epíteto do ChatGPT quer dizer que sou um candidato moderno, eu talvez aceite isso. Porque, de facto, quando Manuel Pizarro se candidatou pela primeira vez a um cargo autárquico aqui na cidade do Porto, a internet ainda não tinha sido inventada.”
Pedro Duarte voltou a acusar o PS de apresentar uma “candidatura escondida”, criticando a falta de clareza nas propostas de Pizarro, em particular nas áreas da imigração e da captação de novos habitantes para a cidade. “Não conhecemos o programa, só vimos uns powerpoints”, disse, alegando que não é possível “fazer contas” com base no que foi apresentado.
Com as eleições autárquicas marcadas para este domingo, a corrida à Câmara do Porto inclui, além de Pedro Duarte (PSD/CDS-PP/IL), Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Nuno Cardoso (Porto Primeiro – NC/PPM), Sérgio Aires (BE), Filipe Araújo (Fazer à Porto – independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).
Atualmente, o executivo municipal é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente. Os restantes lugares são ocupados por dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
Foto: DR-Pedro Duarte