Obra de 10,5 milhões vai modernizar ETAR que há 20 anos serve Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra

A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Ossela, em Oliveira de Azeméis, que serve este concelho e o de Vale de Cambra, vai ser alvo de uma profunda remodelação, num investimento de 10,5 milhões de euros, após duas décadas de funcionamento.

Segundo revelou esta terça-feira a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, o concurso público internacional para a escolha do empreiteiro já está em curso e deverá permitir que as obras arranquem em janeiro de 2026. O projeto, comparticipado em 70% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), prevê uma intervenção de 18 meses.

O presidente da autarquia, Joaquim Jorge Ferreira, sublinhou que “a remodelação da ETAR de Ossela é uma intervenção estruturante para o sistema intermunicipal de tratamento de águas residuais, porque permitirá modernizar uma infraestrutura com mais de 20 anos, corrigindo limitações de conceção e de operação que têm condicionado o seu desempenho”.

A obra deverá estar concluída em julho de 2027 e permitirá assegurar o cumprimento integral das normas legais de descarga, proteger as massas de água do rio Caima e garantir maior eficiência energética. O projeto inclui ainda a redução de odores e a reutilização parcial da água tratada, inserindo-se num quadro de sustentabilidade e economia circular.

A ETAR serve as freguesias de Ossela e Pindelo, em Oliveira de Azeméis, e as de Cepelos, Codal, Macieira de Cambra, Roge, São Pedro de Castelões, Vila Chã e Vila Cova de Perrinho, em Vale de Cambra. Atualmente, está dimensionada para uma população de 25.788 habitantes, entre residentes e equivalentes industriais, mas prevê-se que o número cresça para 35.800 até 2064.

Com a modernização e beneficiação dos emissários associados, o sistema passará a garantir cobertura total nas áreas drenantes, beneficiando mais de 10 mil novos utilizadores. A intervenção abrangerá a duplicação das unidades de decantação primária e secundária, a construção de uma bacia de emergência e de uma câmara de regulação de caudal, a substituição integral dos equipamentos eletromecânicos, a melhoria do tratamento de lamas e a criação de uma nova linha de tratamento biológico que permitirá a remoção de azoto e fósforo, complementada por desinfeção final através de radiação UV.

O projeto integra o plano de requalificação do Sistema de Tratamento de Águas Residuais da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, que abrange também São João da Madeira e Santa Maria da Feira.

Após vários atrasos e constrangimentos técnicos, a ETAR de Ossela foi classificada em 2024 como passivo ambiental grave no PENSAARP 2030 – Plano Estratégico para o Abastecimento de Água e Gestão de Águas Residuais e Pluviais, o que lhe conferiu prioridade de investimento. A candidatura aprovada em agosto de 2024 no âmbito do Aviso NORTE2030-2024-40 – Ciclo Urbano da Água em Alta garantiu o financiamento necessário para concretizar uma infraestrutura moderna, eficiente e alinhada com os princípios da economia circular e da descarbonização.

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