
Manuel Pizarro promete 5.000 casas com renda moderada para jovens e classe média no Porto
30/06/2025O candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal do Porto, Manuel Pizarro, anunciou esta segunda-feira a criação de um ambicioso programa de habitação com 5.000 fogos destinados à classe média e aos jovens, com rendas moderadas e acessíveis, espalhados por diversas zonas da cidade.
“Hoje, o acesso à habitação no Porto é uma verdadeira situação de emergência. A esmagadora maioria dos jovens e das pessoas das classes médias não têm rendimentos compatíveis com os preços do mercado de arrendamento”, alertou o candidato.
O programa, intitulado “Habitar no Porto”, será formalizado com a assinatura de um pacto entre o município e todos os parceiros do setor, nos primeiros 100 dias de mandato, caso Manuel Pizarro seja eleito. A apresentação teve lugar na sede da AICCOPN — Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas — e reuniu empresários, arquitetos e representantes de entidades do setor.
Com tipologias entre T0 e T4, as novas habitações serão distribuídas por zonas como o Monte da Bela, Monte Pedral, Lordelo do Ouro, Avenida Nun’Álvares, Aldoar, Aleixo, Contumil, Corujeira, Dionísio Santos Silva, Prelada, Currais, Ouro, Boavista, Arca D’Água e Augusto Lessa. Segundo o candidato, já estão identificados terrenos para cerca de 4.200 das 5.000 casas previstas.
“Temos também negociações avançadas com proprietários privados para garantir os restantes terrenos necessários”, garantiu.
Pizarro explicou que o modelo adotado será diferente do habitual conceito de renda acessível, apresentando o que designou como “renda moderada à moda do Porto”, com valores fixos que apenas sofrerão atualizações anuais conforme a inflação.
Entre os valores apresentados estão:
- T0: 300€/mês (500 fogos)
- T1: 400€/mês (1.600 fogos)
- T2: 550€/mês (1.600 fogos)
- T3: 700€/mês (1.000 fogos)
- T4: 800€/mês (400 fogos)
O programa poderá assumir diferentes modelos de concretização, desde Parcerias Público-Privadas, concursos destinados a cooperativas, ou protocolos com o terceiro setor.
O candidato socialista mostrou-se confiante no apoio financeiro do Estado central, mas avisou que, caso esse apoio falhe, a autarquia poderá financiar o programa com receitas próprias: “Alocaremos 50% da taxa turística e 20% do IMT para garantir a concretização do plano.”
A maioria das casas deverá ficar concluída apenas no final do mandato. O critério de prioridade será dado a residentes recenseados há pelo menos quatro anos na cidade, assim como a nascidos no Porto que tenham estado recenseados por igual período e queiram regressar.
Numa fase posterior, está previsto um novo programa de reabilitação de casas devolutas para arrendamento.
Durante a apresentação, Manuel Pizarro desvalorizou eventuais apoios do atual presidente Rui Moreira ao candidato Pedro Duarte (PSD, IL, CDS-PP), recordando que iniciou o primeiro mandato em coligação com Moreira e que vários elementos do seu antigo movimento integram agora a candidatura socialista.
A corrida à Câmara do Porto conta com os seguintes candidatos: Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Nuno Cardoso (Porto Primeiro), Vitorino Silva (RIR), Aníbal Pinto (Nova Direita), Pedro Duarte (coligação PSD, IL, CDS-PP), Sérgio Aires (BE), Filipe Araújo (Fazer à Porto), António Araújo (Porto à Porto), Alexandre Jorge (Volt) e Hélder Sousa (Livre).
Foto: PS Porto