Frente Comum cumpre hoje “grande greve” da Função Pública contra políticas do Governo
24/10/2025Esta sexta-feira, 24 de outubro, os trabalhadores da Função Pública estão em greve numa jornada nacional de luta convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, estrutura afeta à CGTP-IN. A paralisação de 24 horas pretende denunciar o que os sindicatos consideram ser a falta de valorização dos trabalhadores e a ausência de medidas concretas do Governo para melhorar salários e condições de trabalho.
A greve abrange diversos setores do Estado, incluindo educação, saúde, justiça, autarquias e serviços centrais da administração pública, com impacto esperado em escolas, tribunais, hospitais e transportes públicos. De acordo com a Frente Comum, trata-se de uma “grande greve nacional”, com adesão significativa logo nas primeiras horas da manhã. Em Lisboa, o protesto central realiza-se junto ao Ministério das Finanças, onde dirigentes sindicais exigem aumentos salariais que compensem a perda de poder de compra e a revisão imediata das carreiras. Entre as principais reivindicações estão o aumento salarial mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores, a fixação do salário mínimo da Administração Pública nos 920 euros, a contagem integral do tempo de serviço congelado e o reforço do investimento nos serviços públicos.
No Porto, a greve está a provocar perturbações significativas. No setor da educação, várias escolas estão encerradas ou a funcionar com serviços mínimos, afetando aulas e atividades extracurriculares. Nos hospitais e unidades de saúde, consultas, cirurgias e outros procedimentos programados estão a ser adiados, devido à adesão de médicos, enfermeiros e auxiliares. A recolha de lixo e outros serviços municipais registam interrupções significativas, enquanto tribunais, repartições e serviços centrais do Estado enfrentam atrasos no atendimento e na tramitação de processos. A adesão elevada e a paralisação de serviços essenciais aumentam a pressão sobre o Governo para responder às reivindicações sindicais.
O Governo tem defendido que a margem orçamental é limitada, mas assegura que o diálogo com as estruturas sindicais vai continuar. A Frente Comum considera, no entanto, que “a paciência dos trabalhadores chegou ao limite” e promete manter as formas de luta caso não haja respostas concretas.
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