Ex-Vereador da Câmara de Paredes na corrida Presidência da República
08/11/2025O empresário e ex-vereador da autarquia de Paredes, Ricardo Sousa, apresentou esta sexta-feira, num hotel da cidade, a sua candidatura à Presidência da República, tornando-se o primeiro paredense a entrar oficialmente na corrida a Belém.
Natural de Rebordosa, no concelho de Paredes, e antigo vereador da oposição na Câmara Municipal de Paredes durante o mandato 2021-2025, Ricardo Sousa afirmou que a sua candidatura tem como propósito “dar voz às preocupações reais das populações”, sublinhando que “não é uma candidatura para ganhar eleições, mas para colocar os temas importantes na agenda nacional”.
Perante uma sala bem composta de apoiantes, o candidato militante do Partido Social Democrata (PSD), destacou que quer “chamar a atenção para as necessidades do país real, fora da bolha mediática”, defendendo a regionalização como medida essencial para “resolver três questões fundamentais: a saúde, a educação e a segurança”. Na sua perspetiva, a criação de regiões administrativas permitiria “dar autonomia às comunidades para decidir e agir em função das suas carências, sem depender do poder central”.
Durante o discurso, Ricardo Sousa elencou vários “problemas estruturais” que, no seu entender, o Presidente da República deve ajudar a sinalizar, como o novo aeroporto de Lisboa, o TGV e o funcionamento das Unidades Locais de Saúde (ULS).
Sobre o novo aeroporto, questionou “a lógica da escolha de Alcochete”, defendendo Vendas Novas como uma alternativa mais rápida e económica, lembrando que “só a desminagem do terreno de Alcochete custa mil milhões de euros”. Quanto ao TGV, criticou o traçado previsto, considerando que “um comboio de alta velocidade que pára em Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Lisboa nunca será um TGV, mas sim um Intercidades”, sublinhando que “o Presidente da República deve chamar à razão os decisores políticos”.
Na área da saúde, Ricardo Sousa criticou as ULS, que, segundo disse, “centralizam ainda mais o sistema, retirando autonomia às regiões e dificultando a gestão de proximidade”.
O candidato de Paredes defendeu ainda que é urgente “combater a desertificação do interior”, criar condições para fixar população e investir na habitação, afirmando que “a escassez de oferta e os preços elevados estão a estrangular as famílias”.
Apesar de ser militante do PSD, Ricardo Sousa frisou que a sua candidatura é independente, salientando que “as presidenciais são um exercício de cidadania e não de partido”. Questionado sobre um eventual apoio da direção nacional, esclareceu que não o solicitou, reforçando que “o mais importante é o debate de ideias e não a máquina partidária”.
Ricardo Sousa garantiu que a sua equipa é composta por pessoas independentes e competentes, vindas de várias áreas profissionais, e assegurou que a candidatura “prosseguirá até ao fim”, desde que consiga reunir as assinaturas necessárias e “manter o foco no essencial: discutir soluções para os problemas do país”.
Com poucas semanas de trabalho, a candidatura do empresário de Paredes já ultrapassa as 3 mil assinaturas. Recorde-se que, para formalizar uma candidatura à Presidência da República, são necessárias entre 7.500 e 15.000 assinaturas de cidadãos eleitores, sendo que cada cidadão só pode subscrever uma candidatura.
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