ELO regressa ao Coliseu do Porto com nova edição dedicada à adolescência

O projeto ELO, iniciativa do Coliseu do Porto Ageas que promove a inclusão social através da arte, regressa para a sua 3.ª edição com o foco na adolescência nos dias de hoje. A organização abriu esta sexta-feira as inscrições para voluntários, dando início a mais uma etapa de um programa que se tem destacado pela abordagem artística e comunitária a temas sociais relevantes.

“Como é que é ser adolescente hoje?” é a pergunta central que vai guiar o trabalho desta edição, explicou Filipa Godinho, coordenadora do projeto, em declarações à agência Lusa. “Queremos ouvir os adolescentes, perceber os preconceitos que enfrentam e dar-lhes voz através das nossas práticas artísticas”, acrescentou.

Este ano, o projeto conta com o encenador Tiago Rodrigues como padrinho e terá como ponto de partida a peça Coro dos Maus Alunos, da autoria do próprio, que aborda temas como liberdade, expressão, preconceito, violência e, sobretudo, as emoções vividas durante a adolescência. A nova criação será inspirada nessa obra, mas resultará da partilha e experiência dos participantes, sendo moldada pelas vivências e contributos recolhidos junto de cerca de 150 alunos de escolas secundárias de Gondomar e Maia.

“O espetáculo vai ser criado a partir do que ouvirmos nas escolas. É um ELO muito mais metropolitano este ano, com escolas participantes também em Vila Nova de Gaia, Matosinhos e no Porto”, refere Filipa Godinho.

A 3.ª edição alarga-se a várias expressões artísticas e locais. No Estabelecimento Prisional de Custóias, por exemplo, será criada uma turma de música envolvendo reclusos, professores, guardas e auxiliares de educação. Já a dança será desenvolvida na Escola Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Vila Nova de Gaia, com alunos, professores, pais e funcionários.

O teatro continua a ser um dos eixos centrais e terá lugar no Coliseu do Porto, com 25 vagas disponíveis, metade das quais destinadas a adolescentes. O grupo será formado em colaboração com diversas associações, incluindo a Associação Portuguesa de Dislexia, e terá como objetivo refletir sobre a saúde mental dos jovens, promovendo a criatividade como ferramenta de expressão.

Pela primeira vez, o ELO incluirá também uma turma de criação plástica, composta por adolescentes, que será responsável por desenvolver adereços, figurinos e cenários para o espetáculo final. Esta componente contará com a participação de escolas artísticas e profissionais do Porto.

Com apoio da Área Metropolitana do Porto, do Turismo do Porto e Norte de Portugal e da Irmandade dos Clérigos, o ELO mantém a sua natureza intergeracional: metade dos participantes são adolescentes e a outra metade inclui pessoas de várias idades, reforçando a ideia de diálogo entre gerações através da arte.

A nova edição do ELO quer ser, mais uma vez, um espaço de encontro, escuta e criação — dando palco à adolescência e aos seus desafios num tempo em que a proximidade e o entendimento são mais importantes do que nunca.

Foto: Coliseu do Porto