Descargas da Lactogal em Vila do Conde presumivelmente na origem da poluição no rio Onda

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelou esta sexta-feira que a “alteração significativa” da qualidade da água do rio Onda, no distrito do Porto, está “presumivelmente associada” a descargas provenientes da unidade fabril da Lactogal, situada em Modivas, Vila do Conde.

A situação, detetada após uma fiscalização do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR de Matosinhos, levou à recolha de amostras de água posteriormente analisadas pela APA. Os resultados preliminares indicam a presença de águas residuais industriais no curso do rio, afetando de forma grave a sua qualidade.

Como consequência, a APA desaconselhou os banhos nas praias de Angeiras Norte (Matosinhos) e Labruge (Vila do Conde), zonas balneares diretamente influenciadas pela foz do rio Onda.

Face aos indícios recolhidos, a APA notificou a Lactogal para proceder “de imediato” à redução da produção na sua instalação de processamento de leite e bebidas vegetais, de forma a adequar os volumes descarregados à capacidade da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) existente.

“A APA continuará a acompanhar de forma rigorosa esta situação, em estreita articulação com as entidades competentes, nomeadamente o SEPNA da GNR”, garantiu a agência ambiental em comunicado.

A poluição já motivou reações por parte das autoridades locais. A Câmara Municipal de Matosinhos, liderada por Luísa Salgueiro, exigiu na quinta-feira uma intervenção urgente da APA e da GNR, sublinhando que “não basta monitorizar, é preciso agir”.

“Perante um grave foco de poluição na praia de Angeiras Norte, a Câmara de Matosinhos exige que as entidades competentes atuem com eficácia e urgência”, reforçou o município, reclamando respostas imediatas para proteger a saúde pública e o meio ambiente.

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