Criança de nove anos tem dedos amputados por colegas numa escola de Cinfães
15/11/2025Uma criança de nove anos sofreu a amputação das pontas de dois dedos na Escola Básica de Fonte Coberto, em Souselo, concelho de Cinfães, distrito de Viseu, na última segunda-feira, 10 de novembro. Segundo a mãe da vítima, Nívia Estevam, de 27 anos, o incidente ocorreu quando o filho entrou na casa de banho e dois colegas fecharam a porta sobre os seus dedos, pressionando-os até a amputação ocorrer.
Nívia Estevam, que se apresenta nas redes sociais como “mãe da criança de nove anos que teve as pontas dos dedos amputados dentro da escola em Portugal”, denunciou que o filho já havia sido alvo de agressões anteriores, incluindo puxões de cabelo, pontapés e enforcamentos, sem que a escola tivesse tomado medidas. A mãe criticou ainda a forma como o incidente foi tratado, alegando que a escola não acionou as autoridades no momento, não lhe explicou a gravidade da situação e limpou o local antes de comunicar oficialmente o ocorrido.
Após a agressão, a criança foi transportada para o Hospital de São João, no Porto, onde foi submetida a três horas de cirurgia. A mãe alerta que o filho ficará com sequelas físicas e psicológicas.
O Agrupamento de Escolas de Souselo abriu um inquérito interno para apurar os fatos. O diretor, Carlos Silveira, explicou que os seguros foram acionados no dia seguinte e que os procedimentos internos adequados foram seguidos, embora tenha-se recusado a dar mais detalhes devido ao processo em curso. Segundo o responsável, a ausência de intervenção da PSP não ocorreu porque em Cinfães a polícia local é a GNR, e a entrada em contato com as forças de segurança depende do INEM, caso considere a situação grave.
A Inspeção-Geral da Educação também abriu um processo de averiguações para apurar as circunstâncias do incidente, a pedido do diretor-geral da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares.
Paralelamente, 15 advogados já se disponibilizaram para acompanhar o caso, incluindo ações administrativas, cíveis e criminais. A advogada Catarina Zuccaro explicou que, apesar de os envolvidos serem menores de idade, serão responsabilizados conforme a lei, e que a equipe vai dividir-se para atuar nas diferentes frentes do processo.
O episódio voltou a colocar em discussão questões sobre a segurança e a vigilância nas escolas, assim como a necessidade de respostas rápidas e adequadas por parte das instituições educativas em casos de violência entre alunos.
A mãe continua a divulgar a situação nas redes sociais, buscando apoio jurídico e sensibilizando para a gravidade do ocorrido.
Foto: Reprodução/ Instagram @niestevam98



