
Concurso milionário para recolha de lixo em Gaia gera polémica entre candidatos à Câmara
05/09/2025O concurso lançado pela empresa municipal Águas de Gaia para a recolha de lixo e limpeza urbana nos próximos 10 anos, com um preço-base de 510 milhões de euros, está a gerar fortes críticas no cenário político local.
A candidatura da coligação PSD/CDS/IL, liderada por Luís Filipe Menezes, considera a operação “ruinosa” e alerta que se trata de um “assalto aos gaienses”. Em comunicado, os partidos defendem que o valor do contrato poderá aumentar significativamente e que os futuros executivos ficarão reféns do processo, com repercussões na fatura paga pelos munícipes.
Por seu turno, o candidato do PS à Câmara de Gaia, João Paulo Correia, mostrou-se “chocado” com as críticas, lembrando que os mesmos partidos votaram favoravelmente a abertura do procedimento há apenas três meses. “O concurso foi aprovado por unanimidade na Câmara e na Assembleia Municipal. Foi reconhecido que este é um investimento necessário para reduzir a fatura da água e dos resíduos em Gaia”, afirmou, acusando a coligação de agir por razões eleitoralistas.
João Paulo Correia explicou que o lançamento do concurso era obrigatório, pois o Tribunal de Contas não aceitava o seu adiamento, e que o preço-base reflete o aumento da população e da atividade económica de Gaia, incluindo o turismo, bem como a ampliação dos serviços. O contrato contempla a recolha de monos, aumento da varredura de arruamentos e investimentos em biorresíduos, o que permitirá uma poupança estimada de 60 milhões de euros.
O socialista também recordou que, em 2012, Luís Filipe Menezes, então presidente da Câmara, renovou automaticamente o contrato com a Suma, atualmente em vigor, sem lançar concurso, situação que, segundo Correia, prejudicou a qualidade do serviço nos últimos 13 anos.
Para João Paulo Correia, a mudança de posição da coligação PSD/CDS/IL não é séria: “Estes são os mesmos partidos que há três meses consideraram este investimento necessário para baixar a fatura da água. Agora, usam argumentos para perturbar a campanha e enganar os gaienses.”
Foto: DR