Candidatos a suceder a Rui Moreira na Câmara do Porto debateram na SIC

Candidatos a suceder a Rui Moreira na Câmara do Porto debateram na SIC

21/09/2025 0 Por Rmetropolitana

A sucessão de Rui Moreira na Câmara Municipal do Porto esteve em destaque no debate transmitido pela SIC, que juntou cinco dos 12 candidatos em disputa. Manuel Pizarro (PS), Pedro Duarte (PSD), Diana Ferreira (CDU), Sérgio Aires (BE) e Miguel Corte-Real (Chega) confrontaram ideias num frente a frente marcado pelas questões da habitação, mobilidade, coesão social e modelo de governação.

Na habitação, tema central da campanha, Manuel Pizarro defendeu a continuação dos investimentos já em curso, com reforço da oferta pública, enquanto Pedro Duarte acusou os socialistas de ineficácia e apresentou-se como alternativa capaz de atrair investimento privado sem descurar o apoio social. Diana Ferreira insistiu na necessidade de travar a especulação imobiliária, colocando o direito à habitação acima da lógica do mercado, posição próxima da de Sérgio Aires, que falou em “respostas urgentes” contra a exclusão social. Miguel Corte-Real destacou sobretudo o combate ao que considera ser “gastos excessivos” e propôs políticas mais restritivas na área social.

Em matéria de mobilidade, as diferenças também foram visíveis: Pizarro sublinhou a expansão dos transportes públicos e a ligação metropolitana, enquanto Duarte criticou a falta de planeamento estratégico. Já Aires e Ferreira defenderam a gratuitidade dos passes como medida de justiça social, ao passo que Corte-Real insistiu na prioridade à segurança e ordenamento do trânsito.

O debate mostrou uma clivagem clara entre candidatos à esquerda, centrados na intervenção pública e nas políticas sociais, e candidatos à direita, mais focados na gestão económica e na contenção de despesa. Ainda assim, todos convergiram num ponto: o Porto enfrenta desafios estruturais que exigem respostas rápidas no pós-Rui Moreira.

Figura central da política portuense na última década, Rui Moreira governou a cidade durante três mandatos consecutivos, sempre como independente, tendo afirmado o Porto como polo de atração turística, cultural e económica. O seu legado é marcado por grandes investimentos na reabilitação urbana e na promoção internacional da cidade, mas também por críticas relativas ao preço da habitação, à pressão turística e à dificuldade de fixar jovens residentes. A sua saída abre uma nova página na política local, com partidos a tentarem recuperar protagonismo numa autarquia que se tornou símbolo da governação independente em Portugal.

Apesar da multiplicidade de candidaturas — 12 no total —, a noite televisiva confirmou que a corrida à Câmara do Porto poderá concentrar-se sobretudo nos nomes com maior visibilidade política, deixando em aberto o desfecho da sucessão após três mandatos de independência.

Foto: SIC