
Câmara do Porto vai votar prorrogação da concessão do Edifício Transparente até junho de 2026
03/05/2025A Câmara do Porto irá votar, na próxima segunda-feira, uma proposta para prorrogar a concessão do Edifício Transparente por mais um ano, até junho de 2026. Esta decisão surge no contexto do Programa da Orla Costeira Caminha – Espinho (POC-CE), que prevê a demolição do edifício até 2028.
De acordo com a proposta que será discutida na reunião privada do executivo municipal, a concessão com a empresa Hottrade – Representações, Gestão e Serviços, que remonta a 2004 e tinha um contrato de 20 anos, foi prorrogada em 2024 por mais um ano, até junho de 2025. Agora, a autarquia propõe um novo prolongamento do contrato, permitindo que a exploração do edifício continue até 2026.
O vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, explicou que a decisão de prorrogar o contrato se deve ao cumprimento regular do pagamento da renda de 12,7 mil euros pela concessionária e à ocupação do edifício, que mantém um índice de ocupação superior a 90%. Araújo também confirmou que a demolição do edifício permanece prevista no âmbito do POC-CE, e que a mesma está programada para ocorrer entre 2019 e 2028.
A proposta de prorrogação, que conta com a validação dos serviços jurídicos da autarquia, ressalva que não há impedimentos legais para o prolongamento da concessão. “Mantém-se o teor da informação de 2024, ou seja, está previsto que o Edifício Transparente seja demolido no intervalo temporal de 2019 a 2028″, esclarece o documento.
Edifício Transparente e o Programa da Orla Costeira
O Edifício Transparente foi projetado pelo arquiteto catalão Solà-Morales e inaugurado em 2001, no âmbito da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. Desde então, tem sido uma referência arquitetónica na cidade, mas está inserido numa área que será afetada pelo POC-CE, que visa a proteção da Praia Internacional do Porto e o recuo de núcleos habitacionais da zona costeira.
O POC-CE, em vigor desde 2021, identifica 46 áreas críticas ao longo da orla costeira e determina que, em vários locais, as construções existentes, como o Edifício Transparente, serão demolidas para preservar o litoral e mitigar os impactos das alterações climáticas.
Se aprovado, o novo prolongamento do contrato permitirá que a Hottrade continue a explorar o edifício até junho de 2026, antes da sua eventual demolição.
Foto: DR