Câmara do Porto aprova por unanimidade delimitação da Unidade de Intervenção de Santa Clara para reabilitação urbana junto à Ponte Luís I

A Câmara Municipal do Porto aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, a delimitação da Unidade de Intervenção de Santa Clara, um projeto que visa a reabilitação de edifícios junto à Ponte Luís I, a criação de um jardim de proximidade e a instalação de um ascensor para ligar o Túnel da Ribeira a esta zona do Centro Histórico.

Com cerca de 1,3 hectares entre a Avenida Vimara Peres e a Rua da Ribeira Negra, esta unidade integra uma das dez suboperações da Área de Reabilitação Urbana do Centro Histórico, cuja delimitação original foi aprovada em 2012.

À margem da reunião de executivo, o vereador do Urbanismo e Espaço Público, Pedro Baganha, descreveu a iniciativa como um “plano de pormenor”, onde se destacam a reabilitação do edificado, sobretudo para habitação, a manutenção da população residente e a requalificação do espaço público.

O autarca salientou ainda a oportunidade de aproveitar terrenos municipais e do Estado para criar um jardim junto à Ponte Luís I, qualificando um espaço público estratégico e valorizando uma zona com muitos edifícios devolutos, cuja reabilitação é “urgente”.

A vereadora do PS, Rosário Gamboa, reforçou a importância desta intervenção, apontando que o jardim e o ascensor vão valorizar “a dignidade do Centro Histórico”. A CDU, representada por Joana Rodrigues, votou favoravelmente reconhecendo a urgência, mas alertou para possíveis divergências devido à extensão do documento. O Bloco de Esquerda, pela voz de Sérgio Aires, também apoiou a proposta, ainda que “muito contrariado”, sobretudo pelo modelo de arrendamento acessível, que considera insuficiente para a maior parte da população.

Já a deputada do PSD, Mariana Ferreira Macedo, considerou o projeto ambicioso e necessário para “cuidar da alma portuense”, sublinhando que a reabilitação deve ir além da simples recuperação pontual de edifícios.

Segundo o município, a intervenção vai focar-se em 19 ações concretas, incluindo acordos de reabilitação para assegurar a permanência dos atuais moradores, construção de novas habitações, comércio e serviços, requalificação de ruas, instalação de meios mecânicos de mobilidade, criação de jardim público e reabilitação do edifício do Recolhimento do Ferro.

O investimento público previsto para o projeto ascende a cerca de 6,7 milhões de euros, distribuídos entre reabilitação do edificado (2,9 milhões), intervenção no espaço público (2,8 milhões) e criação de espaços verdes e meios mecânicos (1 milhão).

Foto: DR