Associação Ambientalista Zero propõe corredores exclusivos para autocarros e reforço do transporte público na Área Metropolitana do Porto
21/09/2025A associação ambientalista Zero defendeu este domingo a criação de corredores exclusivos para autocarros metropolitanos, não apenas nos eixos intermunicipais, mas também em parte dos percursos de autocarros e elétricos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. A proposta surge acompanhada de um estudo que comparou os atuais tempos de viagem em transporte público, carro privado e bicicleta entre as cinco freguesias mais populosas de cada área metropolitana e os respetivos centros económicos — Saldanha, em Lisboa, e Casa da Música/Boavista, no Porto.
De acordo com a Zero, os resultados revelam que, na hora de ponta da manhã, o transporte público continua mais lento do que o automóvel, muitas vezes exigindo múltiplos transbordos, o que reduz a sua atratividade. “A criação de corredores exclusivos para autocarros na rede metropolitana de vias rápidas e autoestradas, com prioridade semafórica e paragens otimizadas, permitiria operar serviços expresso e tornar o transporte público mais rápido do que o carro nas ligações radiais estruturantes”, explica a associação. Estima-se que estas medidas possam reduzir entre 20% e 40% o tempo de viagem dos autocarros em rede.
Na Área Metropolitana do Porto, o estudo conclui que, em muitos trajetos analisados, a bicicleta se revela mais rápida que o automóvel privado, especialmente quando se considera o tempo necessário para estacionamento e deslocamento até ao destino. A Zero defende, por isso, o desenvolvimento de uma rede de ciclovias nas vias de maior tráfego e a implementação de sistemas de bicicletas partilhadas integrados no passe intermodal. Quanto aos autocarros metropolitanos, a associação aponta para a necessidade urgente de um corredor exclusivo na A43, A20 e nó de Francos, ligando Gondomar, Valbom e Jovim à Casa da Música, já que os tempos de transporte público chegam a ser o dobro dos registados em carro privado.
A associação acrescenta ainda que é necessário reforçar a habitação acessível nos concelhos de Lisboa e Porto, garantindo ligações eficazes em transporte público nas restantes áreas metropolitanas quando tal não for possível. Entre outras medidas, a Zero defende a criação de Zonas de Zero Emissões, com trânsito privado fortemente condicionado, e a eletrificação das carreiras de transporte público, bem como o reforço da sua frequência.
O estudo foi realizado no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade, em que foram analisadas freguesias como Algueirão/Mem Martins, Odivelas, Cascais/Estoril, São Domingos de Rana e Oeiras/Paço de Arcos/Caxias, na Área Metropolitana de Lisboa, e Matosinhos, Leça da Palmeira, Senhora da Hora, São Mamede de Infesta, Mafamude, Vilar do Paraíso, Rio Tinto e Gondomar/Valbom e Jovim, na Área Metropolitana do Porto, que concentram entre 10% a 15% da população das respetivas regiões.



