Vereador Manuel Pizarro critica medida do governo sobre portagens na CREP: “Ministro vê a VCI a partir de Cascais”
27/11/2025O vereador socialista na Câmara do Porto, Manuel Pizarro, criticou esta terça-feira o anúncio do governo sobre a eliminação de portagens para veículos pesados na Circular Regional Exterior do Porto (CREP) em horários de ponta, afirmando que a medida revela desconhecimento sobre a situação real da Via de Cintura Interna (VCI).
“O que o ministro veio anunciar foi a redução parcial das portagens em horários que, aliás, revelam total desconhecimento sobre o que se passa na VCI. Porque acreditar que a VCI não tem problemas de excesso de tráfego depois das 19h00 é só mesmo para quem vê a VCI a partir de Cascais”, declarou Pizarro à Lusa, à margem da reunião privada do executivo municipal.
A medida foi anunciada na segunda-feira pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que informou que a partir de 1 de março os camiões deixarão de pagar portagens na CREP (A41) entre as 07h00 e 10h00 e entre as 16h00 e 19h00, numa tentativa de aliviar o trânsito na VCI, considerado pelo ministro “o maior problema de tráfego do país”.
Para Pizarro, a decisão do governo é “mais uma mistificação do que uma medida com impacto real”, defendendo que seriam necessárias duas medidas articuladas: a eliminação de portagens para pesados na CREP sem restrição de horários e também a retirada de portagens na A4 entre Matosinhos e Maia.
O socialista criticou ainda o custo da medida, estimado em 10 milhões de euros por ano, sugerindo que o valor poderia ser menor e alertando que, passado algum tempo, a decisão não terá impacto efetivo. “A VCI tem um enorme defeito: estar a mais de 300 quilómetros de Lisboa”, acrescentou.
Por outro lado, o vereador único do Chega, Miguel Corte-Real, reconheceu que a medida isoladamente “não traz toda a mudança necessária”, mas considerou que é uma primeira boa medida para aliviar o trânsito. Corte-Real salientou que existem outros fatores a considerar, incluindo a gestão dos semáforos, e questionou o presidente da Câmara, Pedro Duarte, sobre a manutenção da isenção de taxas à Metro do Porto, tendo recebido garantias de que não será alterada.
O tema foi abordado pela oposição durante a reunião privada do executivo, embora não constasse da ordem de trabalhos. O presidente da autarquia, Pedro Duarte, não prestou declarações no final do encontro.
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