Presidente da AMP garante que reuniões serão públicas após jornalistas terem sido impedidos de entrar

Presidente da AMP garante que reuniões serão públicas após jornalistas terem sido impedidos de entrar

22/11/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Pedro Duarte, garantiu esta sexta-feira que as reuniões do órgão deliberativo vão passar a ser públicas, tal como determina a lei, depois de vários jornalistas terem sido impedidos de entrar na reunião de segunda-feira.

“Eu vou seguir a lei, isso parece-me evidente. As reuniões são públicas e, portanto, elas vão ser públicas. Não tenho qualquer dúvida quanto a isso”, afirmou Pedro Duarte, à margem de uma visita a um novo jardim na cidade do Porto.

A reação surgiu após declarações do presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, que na terça-feira discordou da obrigatoriedade legal, equiparando o Conselho Metropolitano do Porto a “um Conselho de Ministros”, o que, no seu entender, não deveria ser público. Menezes admitiu, no entanto, que a reunião fechada resultou de “desconhecimento da lei” por parte dos 17 autarcas presentes e garantiu que não voltará a acontecer.

Segundo o Regime Jurídico das Autarquias Locais, nomeadamente a alínea 3 do Artigo 70.º, as reuniões do Conselho Metropolitano “são públicas”. O próprio regulamento do Conselho Municipal do Porto acrescenta, no n.º 2 do artigo 2.º, que “as reuniões são públicas”.

Na manhã de segunda-feira, vários jornalistas foram impedidos de entrar na primeira reunião do Conselho Metropolitano do Porto após as últimas eleições autárquicas. A reunião, convocada por Menezes enquanto dirigente do município com maior número de eleitores da AMP, serviu para eleger o novo presidente e os dois vice-presidentes, mas decorreu à porta fechada, em contradição com o que estabelece o quadro legal.

Entre os 17 autarcas que integram atualmente a AMP, vários já pertenciam ao Conselho Metropolitano do mandato anterior, nomeadamente os presidentes dos municípios de Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Oliveira de Azeméis, Arouca, Santo Tirso, Paredes, Gondomar e Santa Maria da Feira.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) anunciou que irá apresentar queixa contra o Conselho Metropolitano do Porto junto da AMP e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), denunciando a violação da lei e a limitação do acesso à informação.