Região Norte investe quase 70 milhões de euros em cultura e património com fundos europeus

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte) já aprovou 124 projetos culturais e patrimoniais, num investimento total de 58,7 milhões de euros, e tem ainda 39 candidaturas em fase de aprovação, que representam mais 11 milhões de euros de investimento estimado. Os números foram apresentados esta terça-feira, um ano após o lançamento do Plano de Ação Regional para a Cultura Norte 2030, durante uma sessão realizada na Igreja do Mosteiro de Santo André de Rendufe, em Amares.

Segundo o vice-presidente da CCDR-Norte para a área da Cultura, Jorge Sobrado, o plano resulta de uma estratégia “muito concertada com os municípios, com as comunidades intermunicipais, também com os especialistas do setor e com o tecido artístico e cultural”, o que permitiu “colmatar uma lacuna que existia na região Norte”. O responsável sublinhou que “este plano de ação constitui um marco de compromisso da região Norte com a Cultura, em termos de pensamento estratégico e de financiamento”.

Através de várias linhas de apoio com recurso a fundos europeus, estão a ser financiados projetos nas áreas da valorização do património cultural e imaterial, modernização de infraestruturas culturais, digitalização do património, reforço do sistema regional de cultura e criação de novas rotas culturais. Entre estas, destaca-se a Rota da Arte Contemporânea, desenvolvida em parceria com a Fundação de Serralves.

De acordo com a listagem apresentada pela CCDR-Norte, o investimento mais elevado já aprovado corresponde à obra de conservação e valorização do Castelo de Santa Maria da Feira e da zona envolvente, com uma dotação de 4,2 milhões de euros, dos quais dois milhões são financiados pelo quadro comunitário Norte 2030. Seguem-se, com 2,6 milhões de euros cada, as intervenções no Mosteiro de Leça do Balio e no Castelo de Penedono.

Outro projeto relevante é a terceira fase da reabilitação do Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, com um investimento de 2,3 milhões de euros, valor idêntico ao destinado à valorização e promoção do Mosteiro de Refoios, em Ponte de Lima.

Jorge Sobrado garantiu que a execução dos projetos financiados será acompanhada “com grande proximidade” pela CCDR-Norte, de modo a assegurar que “as boas intenções são convertidas em ações”. O dirigente destacou ainda que a prioridade passa por garantir “uma execução de qualidade, uma execução de excelência”, reforçando que “a Cultura deixou de ser um apêndice ou uma ausência nas políticas de desenvolvimento regional no Norte”.

“O que hoje afirmamos é que a Cultura pode ser o mais importante agente de coesão territorial, gerando dinâmicas económicas, turísticas e criativas”, concluiu o vice-presidente da CCDR-Norte.

Foto: DR