Festival Internacional de Marionetas do Porto regressa esta sexta-feira com 22 espetáculos e estreias de 12 países

O Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP) regressa esta sexta-feira, dia 10 de outubro, com uma programação intensa que se estende até 19 de outubro, trazendo à cidade 22 espetáculos de companhias nacionais e internacionais. A edição de 2025 aposta numa programação maioritariamente voltada para o público adulto, sem esquecer, no entanto, os mais novos.

Nesta edição, o FIMP contará com a presença de artistas e companhias oriundas de 12 países, entre eles Austrália, Alemanha, Brasil, Filipinas, Líbano e França. Segundo Igor Gandra, diretor artístico do festival, estão previstas cinco estreias absolutas e sete estreias nacionais, o que reforça o papel do festival como palco privilegiado para a inovação nas artes performativas e no teatro de marionetas contemporâneo.

Entre as estreias mais aguardadas está “Astra 8”, de Costanza Givone, que apresenta um planeta imaginário habitado por seres metamórficos e criaturas extraordinárias. Também vão subir ao palco pela primeira vez as peças “Crankies de fazer chorar as pedras da calçada”, da companhia A Tarumba, “As mais belas coisas do mundo”, de Joana Providência com texto de Valter Hugo Mãe, e “Senhor Aníbal”, pelas Marionetas do Porto. Joclécio Azevedo apresentará ainda “A Tela Rasgada”, outra estreia absoluta inserida no festival.

O FIMP arranca com uma sessão dupla composta pelas peças “Entrañas”, da companhia espanhola El Pátio, e “Hunter”, da artista Courtney Robertson. Esta última, em estreia nacional, é uma performance que cruza teatro, dança e vídeo para questionar criticamente os papéis atribuídos às mulheres nos géneros cinematográficos da pornografia, do terror e do melodrama. Já “Entrañas” propõe uma viagem intimista ao interior do corpo humano, através do teatro de objetos.

Outro dos momentos destacados por Igor Gandra é a estreia nacional de “Anito”, do artista filipino-australiano Justin Shoulder, que propõe uma experiência visualmente intensa e imersiva, assente na criação de uma nova cosmologia e de uma natureza alternativa.

Embora o festival seja maioritariamente dirigido a adultos, o FIMP não esquece o público infantil. Espetáculos como “Shrimp Tales”, da companhia holandesa Hotel Modern, ou “A maior flor do mundo e das pequenas memórias”, do Leirena Teatro, inspirada nas memórias de infância de José Saramago, foram pensados para cativar as crianças e jovens com temas desafiantes e abordagens estéticas inovadoras.

O festival estende-se por vários espaços culturais, incluindo o Teatro Municipal do Porto, o Teatro Nacional São João e o Teatro Constantino Nery, em Matosinhos. Além dos espetáculos, haverá ainda masterclasses, oficinas, visitas guiadas animadas, um objeto fílmico e a exposição “Limite Zero – 22 anos de formas animadas”, que celebra mais de duas décadas de criação no universo das marionetas.

Com uma programação densa e internacional, o FIMP 2025 promete voltar a afirmar-se como um dos grandes eventos culturais do outono portuense, cruzando tradição e vanguarda, marionetas e performance, provocando reflexão e deslumbramento.

Foto: DR