Nuno Cardoso critica duramente Terminal Intermodal de Campanhã: “Obra ridícula” e “acumular de erros”

O cabeça de lista da coligação Porto Primeiro (NC/PPM) à Câmara Municipal do Porto, Nuno Cardoso, teceu este sábado duras críticas ao Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), classificando a infraestrutura como “ridícula” e afirmando que “está tudo mal”, à exceção do paisagismo.

Em declarações à agência Lusa, feitas no próprio cais de embarque do terminal, o candidato considerou que a cidade “esperou mais de 30 anos por este terminal” para agora se deparar com “um acumular de erros e de arquitetura péssima”.

“Parece-me que está tudo mal. De facto, a única coisa que está bem é o paisagismo, quando o fundamental era que funcionasse o terminal rodoviário”, afirmou.

Entre as falhas apontadas, Nuno Cardoso destacou o número reduzido de cais, a má conceção do acesso partilhado entre autocarros e viaturas ligeiras e a falta de estacionamento. “O parque de estacionamento dos automóveis tem, pasme-se, a mesma entrada dos autocarros. Isso é um erro de palmatória, primário mesmo. Qualquer aluno reprovaria se fizesse uma proposta destas”, criticou.

Apesar de reconhecer que o edifício pode ter sido distinguido com prémios de arquitetura, Cardoso considerou que isso não compensa a ineficácia da estrutura:

“O rei vai nu, porque a primeira função da arquitetura é que funcione, não é que seja bonito.”

O candidato defende uma reavaliação profunda do projeto e propõe uma reformulação abrangente: construção de um grande silo-auto, melhor acessibilidade ao parque de estacionamento, redimensionamento da gare de autocarros e aumento da capacidade do terminal como estrutura dissuasora de entrada de veículos na cidade.

“Isto vai ter que ser tudo reanalisado, há uma falta tremenda de estacionamento”, disse, apontando que o terminal deveria permitir uma ligação fluída a transportes como o comboio ou o metro, de forma eficiente e cómoda para os utentes.

O TIC, que custou 13,2 milhões de euros — dos quais 8,5 milhões foram financiados pelo programa Norte 2020 — está atualmente em processo de reestruturação, conforme anunciado em julho pela STCP Serviços. Está prevista a separação dos fluxos de entrada e saída de veículos, com entradas a sul e saídas a norte, reformulação dos cais de embarque (passarão a ser 18) e ampliação das zonas pedonais e de espera para passageiros.

A crítica de Nuno Cardoso surge em plena campanha para as eleições autárquicas de 12 de outubro, onde concorrem à Câmara do Porto, além de Cardoso, nomes como Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), Filipe Araújo (Fazer à Porto), entre outros.

O executivo atual é liderado por uma maioria do movimento de Rui Moreira, que não se recandidata.