Associação de Apoio a Pessoas com Cancro em Matosinhos usada por burlões para fazer falsos peditórios

A Guarda Nacional Republicana (GNR) está a investigar uma organização criminosa que terá utilizado indevidamente o nome da Associação de Apoio a Pessoas com Cancro (AAPC) para promover falsos peditórios em várias regiões do país. A AAPC, com sede em Senhora da Hora (Matosinhos), foi constituída arguida no âmbito do inquérito.

A operação, designada “The Scheme II”, está a ser conduzida pelo Núcleo de Investigação Criminal de Viseu da GNR, e envolve sete arguidos — seis pessoas singulares e uma pessoa coletiva — acusados de burla qualificada, fraude fiscal, branqueamento de capitais e constituição de associação criminosa.

Segundo o que foi apurado até agora, os falsos peditórios decorreram ao longo dos últimos 20 anos, utilizando o prestígio da instituição para angariar donativos sob falsos pretextos. A GNR efetuou buscas domiciliárias e em empresas, incluindo a residência dos suspeitos e gabinetes de contabilidade, além de buscas nas instalações da AAPC.

A investigação ainda não conseguiu determinar se os dirigentes da associação tinham conhecimento ou conivência com o esquema de burla. O protocolo suspeito relacionado pertence a uma empresa de Sintra que, segundo a GNR, terá estado envolvida no arranjo.

A instituição AAPC, fundada em 2005, oferece apoio social, psicológico e complementar a pessoas com doença oncológica e seus familiares, incluindo apoio alimentar, empréstimo de ajudas técnicas e outras formas de suporte gratuito.

A investigação continua em curso, aguardando-se os próximos passos jurídicos relativos aos arguidos, bem como eventuais esclarecimentos por parte da AAPC sobre eventuais responsabilidades internas.

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