Filipe Araújo quer “projeto em condições” para as Avenidas Atlânticas e defende planeamento urbano com dignidade para a frente marítima do Porto

Filipe Araújo quer “projeto em condições” para as Avenidas Atlânticas e defende planeamento urbano com dignidade para a frente marítima do Porto

03/10/2025 0 Por Rmetropolitana

Filipe Araújo, candidato à presidência da Câmara do Porto pelo movimento independente Fazer à Porto, defendeu esta quarta-feira que as Avenidas Atlânticas, na frente marítima da cidade, precisam de um “projeto em condições”, pensado com ambição e qualidade urbanística. Ainda assim, reconheceu que será difícil executar essa obra no próximo mandato autárquico.

Durante uma ação de campanha junto à Praia do Ourigo, na Foz do Douro, o também vice-presidente da autarquia afirmou que o objetivo para os próximos quatro anos passa por lançar o planeamento urbanístico da zona, com o envolvimento de bons arquitetos, através de um processo participado que reflita o valor simbólico e afetivo que aquele espaço tem para os portuenses. Filipe Araújo afirmou que não se trata de fazer promessas, mas de assumir compromissos realistas. Defende que é possível avançar com o projeto e, idealmente, iniciar as obras, mas admite que a execução integral não será viável num único mandato.

Para o candidato, a concretização de uma transformação significativa nas Avenidas Atlânticas depende da conclusão de duas obras estruturais que estão já em curso: a construção da Avenida Nun’Álvares e a implementação do metrobus. Estas duas intervenções, que considera essenciais para reforçar a mobilidade sustentável na cidade, permitirão mais tarde devolver espaço aos cidadãos e redesenhar a frente marítima com outros critérios de qualidade urbana.

Filipe Araújo sublinhou que a zona da Foz carece de um novo desígnio, considerando que a atual configuração, marcada pelo excesso de alcatrão, estacionamento e faixas rodoviárias, já não responde às necessidades de uma cidade moderna e voltada para as pessoas. Apontou ainda problemas como os passeios estreitos junto aos edifícios, a gestão inadequada dos resíduos e a falta de dignidade do passeio marítimo. Defendeu que a cidade deve ser pensada para os cidadãos e não para os automóveis, embora com equilíbrio e soluções concretas de mobilidade, porque, nas suas palavras, os carros não vão desaparecer.

Durante a visita, lamentou também o estado de abandono das ruínas de um antigo bar na Praia do Ourigo, lembrando que a autarquia tem tentado resolver problemas de segurança naquela área, apesar de estar limitada por uma batalha judicial entre o concessionário do espaço e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Comparou a situação à da Praia dos Ingleses, onde foi possível demolir a estrutura existente e requalificar o espaço, o que ainda não foi possível replicar no Ourigo.

As declarações de Filipe Araújo inserem-se na campanha para as eleições autárquicas de 12 de outubro, onde o atual vice-presidente da Câmara do Porto se apresenta como candidato à presidência. Na corrida estão também Manuel Pizarro (PS), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Diana Ferreira (CDU), Sérgio Aires (BE), Nuno Cardoso (Porto Primeiro), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS). O executivo municipal é atualmente liderado por uma maioria composta por seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes lugares ocupados por dois vereadores do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

Foto: DR – Filipe Araújo