
Trump apresenta plano de paz entre Israel e Palestina com apoio de Netanyahu
30/09/2025O ex‑presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro‑ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apareceram lado a lado na Casa Branca esta segunda‑feira, comprometendo‑se com um plano dos EUA para garantir a libertação dos reféns remanescentes e pôr fim à guerra em Gaza.
“Estamos, no mínimo, muito, muito perto. E penso que já estamos além de ‘muito perto’”, afirmou Trump numa conferência de imprensa com Netanyahu ao seu lado. “Quero agradecer ao Bibi por ter mesmo entrado nisto e por ter feito um trabalho.”
A apresentação do plano de paz surge quando se aproxima o segundo aniversário do ataque do Hamas a Israel e numa altura em que vários países reconheceram a Palestina como Estado na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Antes do encontro, a Casa Branca divulgou o plano, que consiste em cerca de 20 pontos. O documento propõe o fim imediato da guerra em Gaza, o reforço da ajuda humanitária ao território e exige que o Hamas liberte os reféns restantes dentro de 48 horas. Também prevê a criação de um programa económico liderado por Trump para reconstruir Gaza, com zonas económicas especiais, tarifas preferenciais e incentivos ao investimento.
“Os reféns vão voltar”, garantiu Trump durante a conferência.
Netanyahu disse então que apoia as medidas apresentadas e que o plano “alcança os nossos objetivos de guerra”. Declarou crer que aquele momento representa “um passo crítico para terminar o conflito em Gaza e abrir caminho para uma paz dramática no Médio Oriente e além”.
Até ao momento, o Hamas ainda não aceitou a proposta, tendo resistido a algumas das medidas previstas.
O plano estipula que toda infraestrutura militar, terrorista ou ofensiva — incluindo túneis e locais de produção de armas — deverá ser destruída e não reconstruída. Trump disse esperar que o Hamas aceite o plano, considerando que muitos dos seus líderes já foram eliminados por Israel.
No entanto, caso o Hamas rejeite a proposta, Trump afirmou que Israel terá o seu apoio total para “fazer o trabalho todo” contra o grupo. “Todos compreendem que o resultado final deve ser a eliminação de qualquer perigo na região. E esse perigo é provocado pelo Hamas”, afirmou.
Ao contrário de propostas anteriores mais radicais que sugeriam a remoção dos palestinianos de Gaza, o novo plano indica que ninguém será forçado a abandonar o território. Quem quiser sair terá a liberdade de o fazer e de regressar depois.
Trump e Netanyahu enfrentam agora o desafio de conseguir que o Hamas aceite o plano e de garantir que os mecanismos propostos possam mesmo ser implementados — numa região marcada por decades de conflitos e impasses diplomáticos.
Foto: DR- Agências Internacionais