Sérgio Aires defende segurança no Porto e critica alarmismo populista

O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à Câmara Municipal do Porto, Sérgio Aires, defendeu esta quinta-feira que a cidade é uma das mais seguras do mundo e alertou para um discurso populista que, segundo ele, está a contribuir para que as pessoas abandonem o espaço público.

À margem da apresentação da sua candidatura, num jardim da cidade, Aires afirmou que o tema da segurança é uma das grandes distinções entre o BE e os restantes partidos, defendendo que a verdadeira segurança de que os cidadãos precisam passa por “segurança habitacional, rendimentos, serviços públicos e uma vida decente”.

“Aquilo que toda a gente quer agora, de forma preocupante, é criar um alarme sobre a segurança na cidade, quando o Porto é, por números oficiais, uma das cidades mais seguras do mundo. Não faz sentido nenhum”, declarou o vereador bloquista.

Sérgio Aires denunciou o que considera ser um “discurso populista, racista e xenófobo”, muitas vezes baseado em questões ligadas à imigração. “Recuso completamente esse discurso”, reforçou.

O candidato expressou ainda preocupação com o impacto que esse alarmismo pode ter na ocupação do espaço público. “O pior que podemos fazer à segurança da cidade é abandonar a rua. Ao contrário de cidades como Barcelona, onde os cidadãos continuam a ocupar os seus espaços públicos, aqui corremos o risco de as pessoas voltarem a ter medo de sair à noite, com impacto na economia da noite e local.”

Na área da habitação, Aires criticou a inação da autarquia em relação ao elevado número de imóveis devolutos. “Existem cerca de 20 mil casas desabitadas e apenas em 300 foi feita alguma intervenção pela câmara”, afirmou, defendendo a criação de um serviço de emergência habitacional e o uso de todos os recursos disponíveis para resolver o problema.

Com propostas também nas áreas da mobilidade, cultura, educação, cuidados e proteção civil, economia local, trabalho com direitos, espaço público e clima, Sérgio Aires aposta numa convergência entre partidos de esquerda para mudar o rumo da cidade. Revelou ainda ter-se disponibilizado para não liderar uma eventual coligação com o Livre, num esforço para unir as esquerdas.

“Ainda ninguém entregou listas. Ainda é possível responder ao sentimento que a cidade tem, especialmente a esquerda, de que essa união era crucial para combater e reverter 24 anos de governação de direita”, afirmou.

À corrida à Câmara do Porto juntam-se, além de Sérgio Aires (BE), Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU), Nuno Cardoso (Porto Primeiro), Aníbal Pinto (Nova Direita), Pedro Duarte (“O Porto Somos Nós” – PSD/IL/CDS-PP), Filipe Araújo (Fazer à Porto), António Araújo (Porto à Porto), Alexandre Guilherme Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre) e Miguel Corte-Real (Chega).

Foto: Facebook Sérgio Aires