PSD acusa Câmara de Matosinhos de negligência em caso de casas em risco de derrocada em Guifões

PSD acusa Câmara de Matosinhos de negligência em caso de casas em risco de derrocada em Guifões

25/05/2025 0 Por Rmetropolitana

O PSD de Matosinhos acusou esta sexta-feira a Câmara Municipal de “negligência” no caso das habitações em risco de derrocada em Guifões, responsabilizando o executivo liderado por Luísa Salgueiro (PS) por “eventuais danos físicos e patrimoniais”. A autarquia defende-se, garantindo que os moradores foram notificados do risco de colapso e que está a ser desenvolvido um projeto de intervenção no local.

Num comunicado enviado à imprensa, o vereador social-democrata Bruno Pereira exige “a rápida resolução do problema e a atuação imediata” na zona onde, em janeiro, uma garagem foi engolida por uma cratera. Segundo o autarca, “a qualquer momento pode ocorrer uma derrocada total das habitações”.

Em resposta à agência Lusa, fonte oficial da Câmara de Matosinhos confirmou que foi feita a notificação aos moradores de sete casas ilegais, construídas em leito de cheia da ribeira de Linhares, alertando-os para o risco de colapso. A autarquia refere que uma equipa técnica está a acompanhar o caso e que já está em elaboração um projeto de intervenção na linha de água que atravessa o território.

A Comissão de Vistorias da Matosinhos Habit realizou uma vistoria ao local, notificando os proprietários das habitações situadas na rua Silva Passos e na travessa do Regadio. Todas as habitações em causa estão, segundo o município, inseridas numa Área Urbana de Génese Ilegal (AUGI).

Para o PSD, a atuação da autarquia é “desumana”, acusando Luísa Salgueiro de falta de consideração para com os munícipes. Bruno Pereira lembra que os residentes, apesar de viverem em casas ilegais, pagam impostos sobre os imóveis: “Na hora da coleta de taxas e impostos, a autarquia assobia para o lado e para a autarquia são legais.”

O vereador critica ainda o que considera uma diferença de critérios por parte do executivo socialista, referindo que numa situação semelhante na zona empresarial de Leça do Balio, “não se olhou a custos financeiros” para resolver o problema.

A Câmara de Matosinhos esclarece que existe uma diferença técnica entre os dois casos. No caso de Guifões, a linha de água passa por baixo das habitações, em subsolo de propriedade privada, o que impede a intervenção direta da autarquia. Já no caso da zona do Barroco, em Leça do Balio, o coletor atravessa espaço público, o que permitiu iniciar obras.

O município acrescenta ainda que o perito da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que colaborou no caso do Barroco, está igualmente a acompanhar e a elaborar o projeto para Guifões.

Foto: PSD-Matosinhos