Família vive sem água há sete meses em Ermesinde e denuncia ameaças diárias

Uma mulher e a filha, de 13 anos, vivem há sete meses sem água canalizada, em Ermesinde, no concelho de Valongo. Além da falta de água, enfrentam ameaças diárias e intimidação por parte de pessoas que ocuparam ilegalmente o rés-do-chão do prédio onde vivem, alegadamente de etnia cigana. A situação, que dura desde novembro de 2024, continua sem resolução por parte das autoridades competentes.

A origem do problema remonta a ligações clandestinas à rede pública de água, feitas a partir da ligação da habitação da família. Em maio de 2023, receberam uma fatura de mais de cinco mil euros, valor que viria a acumular-se até atingir os 20 mil euros. Apesar de uma auditoria ter confirmado o uso indevido da água, a responsabilidade foi imputada ao senhorio, que nada fez para resolver a situação. O fornecimento de água foi cortado no final do ano passado.

Desde então, mãe e filha dependem de garrafões e da ajuda de um vizinho que as leva, duas vezes por semana, a uma fonte pública. A denúncia chegou à assembleia de freguesia e foi discutida publicamente num programa televisivo, com a participação de representantes locais, juristas e a jornalista responsável pela investigação.

A Junta de Freguesia afirma tratar-se de um conflito de natureza privada, ainda que reconheça ter atuado em questões de saúde pública. Por sua vez, a Câmara Municipal de Valongo confirmou que já realizou uma vistoria à habitação e que a família se encontra inscrita para realojamento em regime de arrendamento apoiado, estando a situação identificada como prioritária.

Para apelar a uma resposta mais célere, está marcada uma vigília para o próximo dia 25 de Abril, às 18h00, no Parque Urbano de Ermesinde. Os organizadores apelam à participação da população com velas e cravos vermelhos, em defesa da liberdade e dos direitos sociais.

Está ainda a decorrer uma campanha de angariação de fundos para ajudar a família a saldar as dívidas acumuladas e encontrar uma nova solução habitacional. Os promotores alertam que este não é um caso isolado e que existem outras famílias na região a enfrentar problemas graves no acesso a condições dignas de habitação.

Foto: Município de Valongo

Notícia Desenvolvida por: Matilde Cardoso