Noventa e Sete Mortes por Afogamento em 2024: Dados Alarmantes da FEPONS

Até 31 de outubro de 2024, noventa e sete pessoas perderam a vida por afogamento em Portugal, de acordo com o relatório do Observatório do Afogamento da Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores (FEPONS). O documento revela que a maioria das vítimas (96,9%) estava em zonas não vigiadas, com destaque para as áreas do interior do país, que registaram 56,7% das mortes.

De acordo com a FEPONS, 43,3% das mortes ocorreram no mar, 29,9% em rios, 7,2% em poços, 5,2% em barragens e o mesmo percentual em piscinas domésticas. A maioria das vítimas eram homens (77,3%), com 57,7% dos falecidos a serem maiores de 40 anos. Os afogamentos ocorreram predominantemente durante atividades de lazer, como banhos de mar (21,6%), seguidos de pesca embarcada (10,3%), quedas de viaturas à água (4,1%) e pesca lúdica de bivalves (4,1%).

A distribuição geográfica das mortes mostra que os distritos mais afetados foram o Porto (14,4%), Setúbal (13,4%) e Lisboa (11,3%).

O relatório também destaca que 30,9% das mortes foram presenciadas com tentativas de salvamento, indicando que, em muitos casos, a ajuda chegou tarde demais.

O mês de abril foi o mais fatal, com 26,8% dos casos ocorrendo nesse período, seguido por agosto (13,4%) e julho (11,3%).

O Observatório do Afogamento da FEPONS foi criado para monitorar as mortes por afogamento em Portugal, utilizando recortes de jornal e imagens para registar os incidentes. A época balnear deste ano iniciou-se no feriado do 1.º de maio em alguns locais, como o concelho de Cascais e algumas áreas da Madeira, com a temporada oficial terminando a 30 de outubro, conforme a portaria publicada no Diário da República.

Os dados alarmantes reforçam a importância de aumentar a vigilância nas zonas aquáticas e promover a segurança para evitar tragédias semelhantes.