
Diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde e Equipa Anunciam Demissão
23/04/2024Fernando Araújo, diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), revelou que ele e sua equipa apresentarão coletivamente a demissão à ministra da Saúde, afirmando que não desejam ser um entrave às políticas e medidas do Governo.
“Em respeito ao princípio da lealdade institucional, irei apresentar à senhora ministra da Saúde, junto com a equipa que lidero, o pedido de demissão do cargo de diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde”, declarou Araújo em comunicado.
Ele explicou que essa “difícil decisão” permitirá à nova liderança “implementar as políticas e medidas que considerar necessárias, com a rapidez exigida, evitando que a atual direção executiva do SNS possa ser vista como um obstáculo à sua implementação”.
“A direção executiva do SNS é uma entidade técnica, um instituto público do Estado, que deve estar acima de questões políticas ou agendas partidárias e que executa políticas públicas determinadas pelo Governo”, ressaltou o comunicado assinado por Fernando Araújo.
A direção executiva do SNS iniciou suas atividades em 1º de janeiro de 2023, conforme proposto pelo novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde, com o objetivo de coordenar a resposta assistencial de todas as unidades do SNS e modernizar sua gestão.
De acordo com Araújo, na única reunião realizada com a tutela, a direção expressou disposição para continuar suas funções para concluir as reformas em curso, mas também se colocou à disposição da nova equipa governamental caso houvesse mudanças nas políticas e nos rostos do sistema.
“Ao esclarecermos que não procuramos indenizações legais, demonstramos que cada membro da equipa tem uma carreira profissional anterior, quatro de nós no SNS, um no Ministério das Finanças e outro na iniciativa privada, e que não tínhamos a intenção de onerar, em qualquer circunstância, os recursos públicos”, afirmou o médico.
Araújo também solicitou que a demissão da direção executiva seja efetivada no dia seguinte à apresentação do relatório de atividades exigido pelo ministério, do qual alega ter tido conhecimento por e-mail ao mesmo tempo que foi divulgado na mídia.
“Não hesitaremos em apresentar o documento solicitado, que já começamos a elaborar, pois acreditamos que não é apenas uma responsabilidade, mas um dever, divulgar os resultados do trabalho realizado para que possam ser examinados, algo saudável na vida pública”, destacou.
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