Unidade de Cuidados Pediátricos Kastelo, em Matosinhos, alvo de nova inspeção após denúncias anónimas

Unidade de Cuidados Pediátricos Kastelo, em Matosinhos, alvo de nova inspeção após denúncias anónimas

31/07/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

A Unidade de Cuidados Continuados Integrados Pediátricos Kastelo, gerida pela Associação No Meio do Nada e sediada em São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, está a ser alvo de uma inspeção por parte da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), na sequência de denúncias anónimas. A investigação encontra-se ainda em curso, sem resultados conhecidos até ao momento.

Em nota enviada à comunicação social, a IGAS confirma ter instaurado um processo de inspeção à qualidade dos serviços prestados, com especial atenção à “adequação e correção técnica dos cuidados prestados aos utentes”. Fonte oficial da IGAS referiu que o processo está em fase de execução, sem fornecer mais pormenores.

Também a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) confirmou ter recebido um conjunto de denúncias sobre o estabelecimento Kastelo, garantindo que se encontram em curso as “competentes diligências instrutórias”, no âmbito das suas competências regulatórias.

Fundado em 2016, o Kastelo é uma unidade pioneira na Península Ibérica, sendo a primeira dedicada exclusivamente a cuidados continuados e paliativos pediátricos. A instituição acolhe crianças com doenças graves e crónicas, exigindo acompanhamento médico e terapêutico contínuo.

A presidente da associação, Teresa Fraga, remeteu esclarecimentos para o advogado da instituição, Augusto Monteiro, que assegurou que a unidade está “tranquila e focada na sua missão”, aguardando com serenidade os resultados da fiscalização.

Monteiro lamentou aquilo que apelidou de “covardes denúncias anónimas”, referindo que um dos denunciantes já foi identificado como alguém “que não trabalha na instituição nem tem filhos internados”. Admitiu ainda que estas denúncias possam ter origem nas mesmas pessoas que, em 2019, estiveram na origem de uma inspeção anterior, a qual resultou na “correção de algumas irregularidades técnicas e administrativas”, sem que fossem apuradas situações graves.

“A montanha vai parir um rato. A única coisa positiva é que esta inspeção funciona como uma auditoria gratuita para a instituição”, declarou o advogado.

Segundo o mesmo, os elementos recolhidos pelos inspetores e os documentos solicitados centram-se essencialmente em questões burocráticas e administrativas, sem indícios, até ao momento, de outras irregularidades. “Se encontraram, não disseram. Vamos aguardar”, concluiu.

Esta nova inspeção volta a colocar o Kastelo no centro do escrutínio público, num momento sensível para uma unidade que presta cuidados a algumas das crianças mais vulneráveis do país.

Foto: DR