Porto-Vigo: Candidatos à Câmara do Porto criticam transbordo no comboio internacional Celta

Porto-Vigo: Candidatos à Câmara do Porto criticam transbordo no comboio internacional Celta

15/08/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

O candidato do PS à Câmara do Porto, Manuel Pizarro, criticou esta quinta-feira a decisão da CP de alterar o serviço do comboio internacional Celta, que liga o Porto a Vigo, passando a obrigar um transbordo em Viana do Castelo a partir de domingo.

Em declarações à Lusa, Pizarro classificou a decisão como tomada “às escondidas” e sem justificação clara, considerando-a uma “machadada na ligação entre o Norte e a Galiza”. O candidato questionou a temporariedade da medida e alertou para o risco de descontinuidade da ligação ferroviária direta. “É evidente que uma ligação com transbordo a meio perde atratividade, é uma falsa ligação”, afirmou.

O comboio Celta, operado desde julho de 2013 em conjunto com a espanhola Renfe, transporta cerca de 120 mil passageiros por ano, fazendo paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine. A CP refere que a mudança é excecional e temporária, sem indicar prazo para o fim dos ajustes transitórios. A Renfe assegurou que o transbordo será “simples” e que os horários se mantêm, citando “motivos operacionais” como justificação.

Outros candidatos à Câmara do Porto também reagiram. Filipe Araújo (independente) denunciou desinteresse e desinvestimento na ligação estratégica Porto-Vigo, enquanto Diana Ferreira (CDU) responsabilizou o Governo e incluiu a situação num conjunto mais amplo de problemas a resolver. Sérgio Aires (BE) acusou igualmente a CP de desinvestimento.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre (PS), afirmou que irá acompanhar a implementação do transbordo temporário, previsto até “meados de dezembro”, e defendeu investimento na linha do Minho. O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular criticou a alteração no mês de agosto, denunciando “má gestão” e garantindo esforços para repor os níveis de serviço transfronteiriços.

A decisão da CP tem gerado forte contestação política e social, com os candidatos e autarcas do Norte a pedirem maior transparência e garantias sobre a continuidade do serviço ferroviário direto entre Porto e Vigo.

Foto: CP