Mãe leva bebé de três meses do Hospital de Gaia contra ordem do tribunal

Mãe leva bebé de três meses do Hospital de Gaia contra ordem do tribunal

03/12/2025 0 Por Angelo Manuel Monteiro

Uma bebé de três meses foi levada na tarde de quarta-feira do Hospital de Gaia pela própria mãe, que contrariou uma ordem do tribunal para entregar a criança a uma família de acolhimento. A mulher, que estava autorizada a acompanhar o internamento, conseguiu retirar a pulseira de segurança da bebé sem acionar o sistema de alarme, saindo com a menina do serviço de Pediatria sem ser detetada.

A pulseira eletrónica, que deveria sinalizar qualquer tentativa de remoção ou saída do hospital, foi encontrada intacta no caixote do lixo da casa de banho do quarto onde a bebé estava internada. “A pulseira, se tivesse sido danificada, cortada, o alarme disparava imediatamente. Portanto, ela foi tirada não sei como… mas com algum trabalho ela foi retirada”, afirmou Luís da Cruz Matos, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Gaia.

O responsável garantiu que “os sistemas de segurança estavam a funcionar”, mas que ao retirar o dispositivo, a mãe acabou por “inibir o sistema”. O hospital comunicou de imediato o caso à PSP e abriu um inquérito interno para apurar todas as circunstâncias do incidente. “Vamos avaliar tudo: o sistema das pulseiras, como foi possível ter sido retirada, e vamos fazer todos os testes necessários”, acrescentou.

A administração sublinhou ainda que não pode ser imputada responsabilidade aos profissionais de saúde, destacando que o episódio servirá de “aprendizagem” para reforçar os mecanismos de segurança.

A PSP do Porto confirmou que está a investigar a situação através da Divisão de Investigação Criminal, encontrando-se a realizar diligências para localizar a mãe e a bebé. Em causa poderá estar a prática do crime de subtração de menor.

O presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos classificou o episódio como uma “situação rara”, salientando que a remoção de pulseiras de segurança é normalmente “extremamente difícil”. O especialista considera que poderá ter ocorrido uma falha técnica e defende que o sistema deve ser otimizado, apontando a existência de dispositivos mais avançados com capacidade de localização.

Foto: DR