Duas águias patrulham diariamente a praia de Matosinhos para afugentar gaivotas e proteger a qualidade balnear
21/07/2025Na praia de Matosinhos, duas águias estão de serviço todos os dias, entre as 7h e as 9h e das 17h às 21h, com uma missão clara: afugentar as gaivotas que têm causado “problemas sérios de contaminação da areia e da água” devido à sua presença massiva na zona balnear.
A medida, já surpreendente para muitos banhistas e transeuntes, tem como objetivo principal proteger a saúde pública. Segundo a Câmara Municipal de Matosinhos, a utilização destas aves de rapina treinadas é uma alternativa eficaz e ecológica, já que métodos mais agressivos para controlar as gaivotas não são permitidos por lei.
Cada águia é acompanhada por um tratador identificado com colete refletor, garantindo o controlo e a segurança durante a patrulha. Esta ação integra um conjunto de medidas inovadoras da autarquia para travar o avanço da poluição e preservar a qualidade balnear da região.
O problema da contaminação causada pelas fezes das aves foi identificado por um grupo de trabalho liderado pelo professor Bordalo e Sá, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. A concentração elevada de aves em grandes bandos representa uma ameaça para a saúde pública, especialmente numa praia urbana com grande afluência de banhistas e praticantes de desportos como o surf.
Aves de rapina em Gaia e no Porto
A utilização de águias e falcões para afugentar gaivotas já é prática consolidada em outras localidades. Em Gaia, por exemplo, o hotel de luxo The Yeatman adotou esta solução em 2019. David Costa, responsável pela Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau, situada na marginal ribeirinha próxima ao hotel, confirma a eficácia do método: “Desde que introduziram a presença de uma ave de rapina, nota-se efetivamente menos gaivotas nas redondezas”.
No Porto, a cadeia de restaurantes McDonald’s, localizada na Praça da Liberdade, também contratou serviços semelhantes para impedir que gaivotas e pombas incomodem os clientes nas esplanadas.
Estas iniciativas reforçam o compromisso das cidades do Grande Porto em encontrar soluções sustentáveis e não agressivas para o controlo das populações de aves, protegendo ao mesmo tempo a saúde pública e o conforto dos cidadãos.
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